Relatório & Contas 2023

49 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2023 António Júlio Duarte Febre Projetos Contemporâneos 26 MAI 2023 – 12 NOV 2023 Galeria Contemporânea do Museu e Capela da Casa de Serralves A produção artística de António Júlio Duarte ganhou consistência e profundidade a partir dos anos 1990, década em que inicia um périplo pelo mundo durante o qual realiza uma quantidade incalculável de imagens. A sua câmara dá-nos a conhecer fragmentos de realidades, tanto longínquas como próximas: a fotografia tem um caráter universal, reconhecível, e não conhece fronteiras. Esta primeira exposição de António Júlio Duarte (Lisboa, 1965) em Serralves reúne uma série de trabalhos recentes e foi concebida especificamente para os espaços do Museu que o acolheram. Na Galeria Contemporânea do Museu apresentaram-se 50 fotografias de formatos iguais (40 x 60 cm) e na Capela da Casa de Serralves uma impressão sobre tecido de grande formato (360 x 240 cm) da obra Queimado, 2017. A instalação desta tela na Capela da Casa tirou partido do espaço em que foi apresentada e da duplicidade constituída pela transparência do tecido. Queimado é uma fotografia feita durante a rodagem do filme Mariphasa, de Sandro Aguilar, em que António Júlio participou como ator, e simultaneamente um autorretrato que complementou o discurso construído na apresentação do museu. Se o artista trabalha com a energia dos locais que fotografa, Febre reflete uma natureza estranha, ao mesmo tempo realista, mas com laivos de sobrenatural, de excesso, composta de sombras, de luz, de forma e de cores. A vida transforma-se em febre ardente quando o trabalho é intenso ou, justamente, febril.

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