Relatório & Contas 2023

178 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2023 Ao nível da gestão da área verde, em resposta à frequente atividade anual, foi dada prioridade a aspetos como a preservação e conservação do património existente, a prevenção e controlo no combate a pragas recorrendo a processos biológicos, bem como a promoção e renovação de diversas plantações em locais estratégicos. Nesta perspetiva, e de forma a promover a biodiversidade, têm sido privilegiadas áreas com baixo nível de manutenção sem comprometer o valor histórico do Parque, nomeadamente o Prado das Abelhas e o projeto de requalificação do Jardim das Aromáticas, cuja conclusão está prevista para 2024. No que respeita à gestão da rede hídrica no Parque, embora 100% autónoma da água da Rede Pública para rega, têm sido realizadas verificações periódicas que contribuem para a redução do consumo de água e previnem potenciais fugas. Nesta matéria é de salientar o projeto de impermeabilização do Lago e da Presa, e a aquisição de uma estação meteorológica de apoio ao sistema de rega. No âmbito das operações, a Fundação tem procurado efetivar uma gestão atenta e eficiente de todas as suas infraestruturas. Na Ala Álvaro Siza, inaugurada em 2023, foi priorizada ao longo do projeto a eficiência energética em todo o sistema de iluminação. Prevê-se num futuro próximo a instalação de painéis fotovoltaicos na cobertura do Museu de Arte Contemporânea para produção de energia elétrica. Relativamente às exposições, uma área central na atividade da Fundação, são requisitos fundamentais, a manutenção de períodos longos das exposições com o objetivo de otimizar recursos, bem como optar pelo transporte de coleções completas de um mesmo local, como foram exemplo as exposições recentes dos artistas, Louise Bourgeois, Cindy Sherman e Alexander Calder, bem como a otimização de viagens de longo curso. Por outro lado, é determinante prever a reutilização de materiais e elementos de arquitetura utilizados nas exposições e materiais de embalamento das obras. Também a construção das obras de arte localmente, em vez de as transportar de lugares longínquos, tem sido feita sempre que possível, de que é exemplo a exposição da artista Yoko Ono. Nesta matéria é importantíssima a relação que se estabelece com os artistas garantindo a convergência na visão para a sustentabilidade, questão que tem vindo a ser estimulada, destacando-se artistas como o Ai Weiwei e Olafur Eliasson que usam o processo artístico para veiculação da mensagem ambiental. Sempre que possível, no caso específico da área do Cinema alavancada pela Casa do Cinema Manoel de Oliveira, têm sido privilegiados processos digitais para envio de material audiovisual. Do ponto de vista da área comercial, os produtos de marca própria disponibilizados por Serralves, são na sua maioria de produção nacional e produtos com materiais reciclados e ou recicláveis. Serralves tem procurado desenvolver uma programação que fomenta cada vez mais a literacia para a sustentabilidade e para a emergência climática. Neste sentido, tem dinamizado iniciativas de ciência cidadã como o projeto “As Plantas, o Carbono e o Clima”, que assume em pleno um domínio didático e pedagógico dirigido à comunidade educativa. Algumas das iniciativas de maior destaque assentam na promoção de diversos ciclos de conversas e conferências, promovidas em colaboração com a academia, dirigidas ao público adulto e que procuram estabelecer o diálogo e reflexão entre a ciência e a comunidade. Num compromisso de comunicação e divulgação de ciência, têm sido simultaneamente concebidas inúmeras publicações que procuram dar a conhecer o património natural do Parque, sensibilizando para a importância da promoção da biodiversidade em contexto urbano.

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