Relatório & Contas 2023

138 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2023 A MÚSICA NO CINEMA DE MANOEL DE OLIVEIRA 02 – 30 JUL 2023 A música é, nas palavras de Manoel de Oliveira, uma das quatro colunas que sustentam o templo do cinema, juntamente com a imagem, a palavra e o som. Ela constitui-se, por isso, como matéria eminentemente cinematográfica, simultaneamente manifestação artística e elemento expressivo. Este ciclo convidou ao conhecimento da sensibilidade musical de Manoel de Oliveira, procurando evidenciar diferentes utilizações da música, essa “específica vibração emocional”, e a explorar diferentes diálogos possíveis com os elementos narrativos, cénicos e temáticos dos filmes. Em conformidade com a identidade multiforme e inovadora do cinema de Oliveira, também a música apresenta múltiplas aplicações na sua poética: da ironia macabra em O Passado e o Presente (1972) à conjuração atmosférica de O Convento (1995), até às instâncias verdadeiramente criativas (e específicas aos próprios filmes) nas contribuições de Maria João Pires em A Divina Comédia (1991), no libreto de João Paes para Os Canibais (1988), ou na persona de Pedro Abrunhosa em La Lettre (1999). No perímetro da sua filmografia, a música, tal como Oliveira a concebe enquanto “estrutura do invisível”, não perde de vista a dimensão de arte sonora e a funcionalidade que fazem dela um elemento da mise-en-scène. Dessa forma, Oliveira respeita a natureza da música enquanto ato performativo que comenta, acentua ou se contrapõe ao teatro de dramas humanos que povoa a sua obra. Este ciclo foi dedicado à sensibilidade musical de Manoel de Oliveira, com cinco filmes que exploram diversas aplicações da música na sua obra. O Passado e o Presente, Manoel de Oliveira,1972|02.07 Os Canibais, Manoel de Oliveira, 1988 |09 JUL A Divina Comédia, Manoel de Oliveira, 1991|16 JUL O Convento, Manoel de Oliveira, 1995 |23 JUL La Lettre, Manoel de Oliveira, 1999|30 JUL

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