Relatório & Contas 2022

92 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2022 O filme apresentado no Auditório de Serralves, da realizadora e jornalista Maria João Guardão, em colaboração com António Alvarenga e João Nunes, teve como ponto de partida um projeto de João Fiadeiro para a DES|OCUPAÇÃO, numa abordagem sobre o último local do Atelier RE.AL. A sessão foi seguida de uma conversa entre João Fiadeiro, os artistas Ângela Guerreiro, Rui Catalão e Carolina Campos e a realizadora Maria João Guardão. João Fiadeiro em colaboração com a investigadora Liliana Coutinho Conferência – Performance: “(BODY)OF/AT (WORK)” | 06 NOV 2022 | Auditório de Serralves Esta conferência-performance juntou João Fiadeiro a Liliana Coutinho, profunda conhecedora da história do Atelier RE.AL, na construção de um evento que revisitou o arquivo do artista e explorou a sua performatividade enquanto prática de investigação e partilha. A espinha dorsal dramatúrgica da proposta foi a viagem que ambos fizeram, acompanhando o transporte do arquivo entre Lisboa e Porto, e que passou pelos espaços onde a RE.AL manteve as suas sedes de trabalho transpondo a memória que ambos têm (Fiadeiro a partir de dentro e Coutinho a partir de fora) da história destes lugares. João-Artur-Gomes-Alves & Isabel Carvalho Instalação Performativa Duracional: “Uberro” 18 DEZ 2022 | Auditório de Serralves UBERRO foi uma instalação performática com a duração de três horas criada colaborativamente por João-Artur-Gomes-Alves e Isabel Carvalho e estruturada a partir de um texto organicamente redigido e mecanicamente recitado por uma voz ready-made. Aos artistas interessou que as palavras ouvidas fossem acompanhadas de objetos sonoros que marcavam um tempo desfasado, seguindo uma partitura de configuração espiralada. Nesta peça, voz e som combinaram-se ainda com imagens de um grupo de condutores de veículos, porventura de entregas ao domicílio, representados pelos seus corpos, barrigas e cabeças a fundirem-se com o metal e o movimento das rodas, das correntes e dos chaços dos seus veículos motorizados como se a composição que associa todas as partes emergisse de um fundo circular — figura representativa do metabolismo digestivo. Foi pensado que se UBER, acima de qualquer significado ou tradução, se pode afirmar como uma totalidade, e ERRO, abaixo de qualquer pretensão, é o problema que impede a totalidade de ser efetivamente total, então BERRO é a manifestação dessa impossibilidade. Assim acontece como quando a máquina dá “o berro”, isto é, na hipótese colocada aqui em prática de haver um cruzamento de invertidos, ou ainda, posto de outra forma, quando um estouro introvertido tenta unificar os mitos latentes do movimento perpétuo com os ritos da exaustão de todo um sistema.

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