Relatório & Contas 2022

215 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2022 tecnologização de todos os seres, ou a sua repartição ontológica, ou a absoluta medição de cada um em relação ao resto. Mas enquanto essas definições nos dizem algo sobre certos aspetos essenciais da modernidade, elas podem não nos dizer o que elas fazem juntas, que é incorporar seres num sistema cada vez maior e mais potente. Dito de outra forma, a modernidade pode ser antes de tudo o projeto de trazer seres e mundos para dentro do mundo amplo e diverso que constrói com eles. Nesse caso, torna-se mais necessário do que nunca procurar, engajar e pensar sobre os aspetos externos ao mundo moderno e ajudá-los a permanecer de fora. Neste painel de discussão e diálogo, o filósofo Martin Savransky discutiu o seu recente livro Around The Day in 80 Worlds: Politics of The Pluriverse e a sua relação com uma nova pesquisa, na qual desenvolve uma crítica da modernidade e da ecologia enquanto projetos de interiorização; o antropólogo Peter Skafish apresentou o projeto do seu próximo livro sobre “pensar o lado de fora”, Rough Metaphysics: The Speculative Thought and Mediumship of Jane Roberts; a antropóloga Kriti Kapila juntou-se para discutir seu novo livro, Nullius: The Anthropology of Ownership, Law, and Sovereignty in India, onde discute a modernidade de um sistema de direito legal que incorpora pessoas, corpos, terras e coisas por meio do desapossamento. CONVERSA “COLAPSAR / NEGAR / TORNAR-SE” COM JACK HALBERSTAM, TAVIA NYONG'O E DAMON YOUNG| ESCOLA DE VERÃO: A TERRA COMPARTILHADA 19 JUL Neste painel de discussão, os teóricos queer de renome mundial Jack Halberstam, Tavia Nyong'o e Damon Young exploraram o selvagem para além do mundo como o conhecemos e investiga as perspetivas de unworlding, colapso e negação como posturas críticas. Voltando um olhar perfurante na direção dos mantras de autocuidado que cada vez mais permeiam a nossa envolvente catastrófica, discutiram sobre o desaparecimento do eu no exato momento em que este se intensifica em si próprio. Reabrindo a caixa de ferramentas da teoria queer, este perigoso trio partilhou os seus questionamentos sobre tudo, desde arte e arquitetura queer, teoria feminista e queer negra, teorias do desejo, afeto, anedonia e fabulação. CONVERSA “A CIDADE CONTEMPORÂNEA: UM TERRITÓRIO DISPUTADO E EM CONFLITO” 26 JUL Uma conversa com Guilherme Wisnik, professor, crítico e curador brasileiro e o artista português Pedro Barateiro mediada por Inês Grosso, curadora-chefe do Museu de Arte Contemporânea de Serralves no âmbito da exposição Mais do que um metro quadrado: obras da coleção de Serralves. A conversa pretendeu explorar alguns temas centrais à relação entre arte, cidade e arquitetura, e, em particular, sobre a ocupação do espaço público e a noção das cidades enquanto espaços de fricção e disputa. CONVERSA “ARTE/TECNOLOGIA/NOVOS MEDIA/INVESTIGAÇÃO/ARQUITETURA/PAISAGEM” | CICLO SERRALVES S+T+ARTS TALKS 28 SET A conversa Arte/Tecnologia/Novos Media/Investigação/Arquitetura/Paisagem parte do convite feito ao artista Ryoji Ikeda para conceber um pavilhão temporário, o MICRO | MACRO, para o

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