Relatório & Contas 2022

114 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2022 roseiras, indicadas exclusivamente para o efeito pelo Arquiteto Paisagista Gerald Luckhurst, que através do redesenhar do espaço, procurou recriar o projeto original correspondente aos anos 30 e 40. O Roseiral representa atualmente uma das áreas mais emblemáticas do Parque, assente na sua história, cultura e aspetos paisagísticos singulares. O projeto de recuperação do Roseiral do Parque de Serralves contou com a plantação de 1862 roseiras de 29 variedades. Com o objetivo de lhe devolver o seu histórico esplendor, o arquiteto paisagista britânico, trabalhou em parceria com a Direção do Parque, dois arquitetos paisagistas e a equipa de 11 jardineiros. Este espaço icónico do Parque de Serralves, agora recuperado, recria a estética dos jardins do passado. Coberto vegetal No que se refere à manutenção do coberto vegetal, nomeadamente prados e relvados, foi dada continuidade à estratégia de gestão destas áreas, destacando-se a colaboração com o greenkeeper José Carlos Barbosa. Quanto ao estrato arbóreo, foram realizados diversos tipos de plantação no Parque, nomeadamente através do aumento do número de exemplares, da reposição de algumas espécies e introdução de alguns exemplares inéditos, tais como: Metasequoia glyptostroboides, Larix decídua e Araucaria cunninghamii. Soluções Baseadas na Natureza Reforçando a aposta na promoção e implementação de soluções baseadas na Natureza, na gestão das paisagens e dos serviços prestados pelos ecossistemas e biodiversidade do Parque, Serralves deu continuidade à construção e desenvolvimento de um conjunto de recursos exclusivos nos espaços do Parque, enquanto referenciais destas soluções. Projeto “As Plantas, o Carbono e o Clima” Em colaboração com o Centro de Ecologia Funcional - Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra, encontra-se em desenvolvimento uma instalação piloto na Mata do Treetop Walk, com enfoque na importância do papel das zonas verdes no sequestro de carbono nas áreas urbanas. Em 2022, o início do desenvolvimento deste projeto permitiu a recolha de um conjunto de dados científicos, cuja importância permitirá a médio/longo prazo estimar o potencial de sequestro de carbono de um sobreiro de Serralves, através da sua monitorização em tempo real. Este projeto será alvo da construção de um programa exclusivo de promoção da literacia do carbono, constituindo didáticas ecológicas inovadoras e comprometidas com os objetivos nacionais e europeus da neutralidade carbónica. Charcos de Serralves O complexo de charcos de Serralves, inaugurado em 2021, durante o ano de 2022 constitui um espaço de grande importância quer pela sua relevância ecológica e paisagística e pelos serviços prestados por este ecossistema, quer pelo papel fundamental que desempenha na conservação de muitas espécies de fauna e flora, algumas ameaçadas de extinção em Portugal, e as oportunidades educativas que estes ricos e frágeis ecossistemas proporcionam. Nestes charcos de Serralves podem atualmente encontrar-se importantes espécies de plantas aquáticas como o junco-florido (Butomus umbellatus), o nenúfar-amarelo (Nuphar luteum), o nenúfar-anão (Nymphoides peltata) ou o limocabelo (Potamogeton trichoides), entre outras. Este espaço constituiu o ponto de partida para a construção de um programa educativo exclusivo, do qual fizeram parte oficinas e visitas-oficina dirigidas à comunidade educativa escolas e às famílias.

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