91 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2021 Surgido em 2018 no seio da Arte no Tempo, o ars ad hoc pretende ser um espaço para a interpretação e divulgação da grande música de câmara, com elevados padrões de exigência. A iniciar a sua colaboração com a Fundação de Serralves, o ars ad hoc propôs uma antevisão do futuro, apresentando um programa preenchido por obras criadas no século XXI, três das quais escritas no último ano para o próprio agrupamento. É o caso de “Studies for figures and forms”, de João Carlos Pinto, apresentada em antestreia (obra concluída na sequência da seleção da proposta do compositor no âmbito de um projeto partilhado pelo ars ad hoc e o Ensemble neoN, financiado pelas EEA Grants e a Direção Geral das Artes), mas também de “Adagio & Beethovenfest”, de Kristine Tjøgersen, e de “Kreise”, de Ricardo Ribeiro, ambas estreadas na bienal Aveiro_Síntese e compostas para o ars ad hoc, por encomenda da Fundação Centro Cultural de Belém, para os Dias da Música em Belém. Ambos residentes em Berlim, o dinamarquês Simon Steen-Andersen foi o compositor em destaque na temporada de 2021/22 do ars ad hoc e a britânica Joanna Bailie a convidada da bienal Aveiro_Síntese de 2022. Na sua primeira temporada, o ars ad hoc pôs em confronto a música de grandes clássicos com o trabalho de um dos mais interessantes criadores do nosso tempo, o compositor suíço-austríaco Beat Furrer (Schaffhausen, 1954), que, em março de 2019, preparou com o ensemble a estreia nacional do seu quinteto intorno al bianco [2016]. O nível rapidamente atingido permitiu que o jovem agrupamento fosse convidado para o Festival de Música dos Açores 2019, onde se apresentou em cinco concertos com o agrupamento vocal Cantando Admont. Na atribulada temporada de 2019/20, o ars ad hoc prestou particular atenção à música de Ludwig van Beethoven (1770-1827) e de Luís Antunes Pena (1973), reservando ainda espaço para revisitar a música de Beat Furrer e para a interpretação de obras de outros compositores, marcando presença na bienal Aveiro_Síntese com a estreia de obras encomendadas pela Fundação Centro Cultural de Belém a compositores portugueses e estrangeiros. Do ars ad hoc fazem parte músicos ainda jovens que, depois de se terem notabilizado em Portugal, complementaram os seus estudos no estrangeiro. Ars Ad Hoc 07 OUT Coprodução: Arte No Tempo e Fundação de Serralves “Quarteto de cordas nº1” [2020], de João Carlos Pinto (1998) “Quarteto de cordas nº1” [1999], de Simon Steen-Andersen (1976) “Clarinet and String Quartet” [1983], de Morton Feldman (1926-87) ars ad hoc Horácio Ferreira > clarinete Álvaro Pereira e Diogo Coelho > violino Ricardo Gaspar > viola Gonçalo Lélis > violoncelo Diana Ferreira > programação Após a primeira apresentação do ars ad hoc em Serralves, em julho, o agrupamento da Arte no Tempo regressou com o primeiro de três programas da temporada de 2021/22 em que interpretou música de Simon Steen-Andersen (1976) e de compositores portugueses, complementada com repertório diverso – outros programas houve em que o ars ad hoc se apresenta com propostas musicais pensadas numa relação direta com a programação do Museu de Arte Contemporânea. João Carlos Pinto (1998) foi novamente um dos compositores escolhidos por este agrupamento, que revisitou o “Quarteto de Cordas nº 1” (2020) do jovem compositor bracarense – uma encomenda do
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