39 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2021 Christina Kubisch Projetos Contemporâneos 27 OUT – 25 ABR 2022 Galeria Contemporânea, Capela e Parque de Serralves Christina Kubisch é uma das artistas sonoras mais célebres da atualidade. Após estudos em pintura, flauta, piano, composição musical e eletrónica, iniciou, na década de 1970, o trabalho com esculturas sonoras, instalações e composições eletroacústicas que viriam a estabelecê-la como um nome pioneiro para o campo da Arte Sonora. No final da década de 1970, Christina Kubisch começou a usar a técnica de indução eletromagnética nas suas instalações, um dispositivo que permite a transmissão sons entre cabos elétricos e os auscultadores com bobinas magnéticas especialmente desenhados pela artista. A instalação THE GREENHOUSE [A ESTUFA], 2017 (com nova versão para Serralves em 2021), é um exemplo dos trabalhos de Kubisch que recorrem à indução eletromagnética. Ao público, munido com auscultadores, é dado acesso à paisagem sonora que emerge dos cerca de 1.500 metros de cabos suspensos na Galeria Contemporânea do Museu. Ao movimentar-se no espaço, poderá misturar o conjunto de sons naturais e eletromagnéticos que neles circulam. Também em BRUNNENLIEDER [CANÇÕES DA FONTE], 2009, se fundem sons naturais - quer do local do Parque de Serralves onde se instala quer de gravações - com citações musicais de discos em vinil da canção de Schubert, Ein Brunnen vor dem Tore, (baseada não canção tradicional com o mesmo nome), reunidas sob o signo e plasticidade sonora da água. SILENCE PROJECT [PROJETO SILÊNCIO], 2011, foca-se numa linha de investigação e prática artística de Kubisch que aborda questionamentos materiais, conceptuais e culturais do silêncio. Tendo como base uma coleção de gravações das palavras que significam “silêncio” em cerca de setenta línguas, o projeto desdobra-se em dois trabalhos: um que parte das imagens de sonogramas destas palavras (Analyzing Silence [Analizando o Silêncio], 2011 – em curso), e outro (Silent Exercises [Exercícios Silenciosos], 2011 - ) inclui uma projeção vídeo silenciosa onde se fundem essas imagens e uma instalação sonora assente na espacialização de uma composição das gravações das palavras, que se irá impor ao silêncio na torre da Capela da Casa de Serralves.
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