Relatório & Contas 2021

33 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2021 Pensada como se de uma instalação de grande escala se tratasse, a exposição teve por base uma ideia caleidoscópica de exposições dentro de exposições: as imagens desdobraram-se em impressões fotográficas, em esculturas de bronze e em múltiplas projeções sem som ao longo das galerias e da garagem do museu. A presença física dos projetores de 16 mm, a sua disposição e o ruído dos seus mecanismos assumem sempre um protagonismo incontornável nas exposições de Gusmão e Paiva, criando um forte impacto e uma grande envolvência com o espectador. Entre 2001 e 2019 João Maria Gusmão e Pedro Paiva colaboram na exploração de campos de pesquisa plástica diversificados, desenvolvendo uma investigação a que se poderia chamar naturalista. A sua obra apresenta-se como um laboratório de experimentação em que são questionados o conhecimento empírico, a metafísica existencial e os limites da perceção do real. Nos seus trabalhos são privilegiados os processos paradoxais e a convocação do inconsciente, através do recurso ao nonsense e ao absurdo e da criação de situações improváveis, em jogos de ocultação e revelação que exploram as ambivalências dos processos analógicos e de comunicação visual. A dupla descreve o seu projeto global como uma espécie de “metafísica recreativa”. A exposição foi comissariada por Marta Moreira de Almeida e Philippe Vergne, com coordenação de Filipa Loureiro

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