Relatório & Contas 2021

121 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2021 o fazer e o pensar na produção do realizador. Manoel de Oliveira desenvolveu uma obra cinematográfica que sempre foi coincidente com uma atitude especulativa acerca do cinema. Não só porque, a cada filme, renovou convicções sem com isso prescindir de pôr à prova as suas certezas, mas também porque a realização sempre foi, no seu percurso, acompanhada por uma reflexão escrita sobre o seu ofício e sobre as questões que o seu próprio trabalho foi suscitando. CONVERSA COM A DIRETORA DE FOTOGRAFIA SABINE LANCELIN 26 JUN Sabine Lancelin é uma das mais experientes diretoras de fotografia europeias, tendo assumido a imagem de muitos dos filmes mais recentes de Manoel de Oliveira – nomeadamente, Je Rentre à la Maison (2001), O Quinto Império: Ontem como Hoje (2005), Belle Toujours (2007), Cristóvão Colombo: O Enigma (2008), Singularidades de uma Rapariga Loura (2009) e O Estranho Caso de Angélica (2011) – e colaborado com realizadores tão marcantes do cinema contemporâneo como Chantal Akerman, Alain Guiraudie, Philippe Grandrieux, Raoul Ruiz, Michel Piccoli, entre outros. Nesta conversa-conferência conduzida por António Preto, diretor da Casa do Cinema, Sabine Lancelin falou sobre os desafios que se colocam hoje à direção de fotografia em cinema partindo da sua prática e colaborações. No final foi exibido Je Rentre à la Maison (Vou Para Casa, 2001), o primeiro filme de Oliveira que contou com a colaboração de Sabine Lancelin. ALEXANDER KLUGE, CONTINUADOR DE UMA CONSTELAÇÃO IDEOLÓGICA Com António Guerreiro 10 NOV “Eisenstein encontrou-se com Joyce em Paris, na última semana de novembro de 1929, para mostrar ao escritor o seu projeto de fazer um filme sobre O Capital, de Marx, a partir da jornada de Leopold Bloom, a personagem da "epopeia" narrada em Ulisses. Esse projeto, que Eisenstein nunca teve as condições para realizar, é retomado por Alexander Kluge no seu filme de 570 minutos, Notícias da Antiguidade Ideológica: Marx – Eisenstein – O Capital. Com esse filme, que não pode ser separado da sua obra literária, Kluge prolonga uma constelação modernista capaz de decifrar os enigmas do nosso tempo e de apreender as suas configurações.” – António Guerreiro VISITAS ORIENTADAS ÀS EXPOSIÇÕES DA CASA DO CINEMA Manoel de Oliveira Fotógrafo 12 JUN, com Susana Lourenço Marques, designer, curadora, investigadora e professora na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Alexander Kluge: Política dos Sentimentos 18 JUL, com António Preto, Diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira. 09 OUT, com Joana Ascensão, programadora na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. 14 NOV, com Ricardo Vieira Lisboa, assistente de programação da Casa do Cinema Manoel de Oliveira. O Princípio da Incerteza Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís 12 DEZ, com António Preto, diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTQ0Mg==