047 que permitem perceber as práticas artísticas, em Portugal e no estrangeiro, que moldaram decisivamente a nossa relação com determinados meios artísticos – na sua coleção constam, além de muitos nomes também programados e colecionados por Serralves (constituindo, nesse sentido, um seu assinalável complemento), alguns dos artistas que, nos anos 1990, elevaram a fotografia ao panteão das artes programadas e colecionadas por todos os maiores museus e colecionadores privados. A segunda, constituída há mais de 4 décadas pelo Conde Christian Duerckheim, reúne alguns dos mais importantes artistas do final do século XX e início do século XXI. As suas obras constituem uma oportunidade de reflexão sobre o papel dos artistas em tempo de guerra. A terceira coleção, reunida pelos irmãos Leal Rios, é igualmente um acervo muito singular (uma coleção verdadeiramente autoral), de que constam importantes núcleos de obras de artistas por quem os dois colecionadores se interessaram particularmente, permitindo desta forma estudar os seus percursos em termos de continuidades e transformações. Assinale-se ainda que a escala ambiciosa de muitas das obras revela a total despreocupação (invulgar, no caso da maioria do colecionismo privado) de reunirem trabalhos com um formato mais doméstico – como se as obras estivessem desde sempre destinadas a serem apresentadas num espaço museológico! Entre estas duas exposições, a Ala Álvaro Siza será palco para uma grande mostra das aquisições que, nos últimos anos, vieram enriquecer e diversificar a Coleção de Serralves, apontando novos caminhos sem esquecer a solidificação de núcleos de obras já existentes. Esta mostra proporá ainda diálogos entre algumas das obras mais recentes e mais antigas (em termos estritamente cronológicos) na Coleção de Serralves, nomeadamente as tapeçarias de Joan Miró.
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