045 artista alemã Anne Imhof, cuja prática, crescentemente reconhecida, cruza as artes visuais e as artes performativas, consagrando-a indiscutivelmente como uma das novas protagonistas da arte dos nossos dias. Em 2025, regressaremos a um formato que, embora tenha caracterizado no passado a programação de Serralves, tem nos últimos anos estado ausente da sua programação. Refiro-me ao formato exposição coletiva, em que vários artistas, maioritariamente estrangeiros, com práticas e percursos muito diversos, são reunidos através do reconhecimento de que partilham preocupações, interrogações, temáticas. Sob o esclarecedor título Provas Materiais, reúnem-se artistas cujas escolhas formais não se podem distinguir do carácter conceptual das suas práticas, originando trabalhos que denunciam, exatamente como as provas forenses, mistérios por resolver. Para terminar este périplo pelas exposições no museu, saindo agora para o exterior, devo referir a grande exposição do iconoclasta e controverso artista italiano Maurizio Catlelan no Parque e na Casa de Serralves, onde se poderá ver, além de outras peças icónicas, um Pinóquio que se afoga no lago de Serralves. Ainda no Parque não posso deixar de destacar a nova obra Ponte, de Cabrita (Pedro Cabrita Reis), uma escultura instalada de forma permanente sobre o Lago, que convida à contemplação e reflexão sobre o espaço, o tempo e a impermanência, integrando-se de forma única no ecossistema natural e histórico do Parque de Serralves. De regresso ao museu, mais concretamente à sua expansão inaugurada em 2023, devo deter-me nas exposições apresentadas em 2025 na Ala Álvaro Siza, a extensão do museu que veio tornar possível expor a Coleção de Serralves em permanência – em exposições rotativas que mostram a amplitude de perspetivas sobre a arte contemporânea que ela permite – receberá em 2025 duas mostras que revelam exemplarmente o seu caráter de “coleção de coleções”. Entendida como o contexto ideal para estudar, conservar e divulgar obras que foram colecionadas por atores fundamentais do contexto artístico português, a Fundação de Serralves tem tido o privilégio de receber em depósito algumas das coleções mais reputadas do nosso país. É o caso das três coleções que serão apresentadas na Ala Álvaro Siza: a Coleção Mário Teixeira da Silva (que transita de 2024), a Coleção Duerckheim e a Coleção Leal Rios. O primeiro foi um importante galerista que paralelamente à sua atividade soube reunir, ao longo de cinco décadas, obras
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