PLANO DE ATIVIDADES 2025

Exposições Luís Miguel Cintra A trajetória de Luis Miguel Cintra (Madrid, 1949) como ator e encenador dispensa apresentações e dificilmente pode ser resumida num breve texto de apresentação. Completando, em breve, sessenta anos de trabalho, repartidos entre o teatro e o cinema, interpretou e encenou centenas de peças dos mais importantes dramaturgos de sempre, tendo igualmente participado, como ator, em mais de seis dezenas de filmes. Ele é, como se sabe, uma das presenças mais assíduas da obra de Manoel de Oliveira, tendo igualmente colaborado com realizadores como João César Monteiro, Paulo Rocha, José Álvaro Morais, Joaquim Pinto, João Botelho, Pedro Costa, Jorge Silva Melo ou Teresa Vilaverde, entre muitos outros. Paralelamente àquela que é a sua faceta mais reconhecida, seja no palco ou no plateau de cinema, ao longo das últimas décadas Luís Miguel Cintra tem igualmente vindo a reunir uma vastíssima coleção de peças escultóricas (ou de “bonecos”, como o próprio lhes chama) – obras de arte sacra ou figurado popular, brinquedos antigos e recentes, raridades e estatuetas sem interesse, representações humanas ou animais, de todos os tamanhos, cores e feitios – que povoam um estranho gabinete de curiosidades distribuído entre as duas casas que mantém, no Porto e em Lisboa (onde se encontra a grande maioria destes objetos). DEZ 2025 – JUN 2026 Com o encerramento da Cornucópia, em 2016, e com uma atividade teatral reduzida, Luís Miguel Cintra tem convivido de uma forma mais próxima com estes misteriosos ocupantes, com os quais coabita quotidianamente, partilhando a casa, a vida e um irreprimível desejo de teatro. Com efeito, respondendo a uma lógica que deve mais à dramaturgia do que à decoração, o encenador converteu estes bonecos em atores, que dirige com mão de ferro, em personagens que interagem entre si estabelecendo diálogos inesperados e relações imprevistas entre os muitos textos que estudou, os papéis que interpretou e as novas peças que, deste modo, continua a encenar. Convidando a uma imersão neste universo tão singular, esta exposição pretende cumprir dois objetivos fundamentais: reencenar, no espaço da galeria uma síntese do percurso de Luís Miguel Cintra como ator e encenador e, em diálogo com a obra de Manoel de Oliveira, refletir acerca dos pontos de contacto (e de divergência) entre três modos de ver e de dar a ver: o teatro, o cinema e a exposição. A exposição terá curadoria de António Preto e de Luís Miguel Cintra. Pequeno Teatro do Mundo

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