Exposições Tendo em Linha de Conto os Tempos Atuais Jean-Luc Godard é um dos nomes mais importantes da Nouvelle Vague francesa. Com uma obra composta por mais de 60 filmes, multiplamente premiados nos principais festivais de cinema internacionais (Festival de Cannes, Berlinale, Festival de Veneza, além do Oscar honorário obtido em 2010 pelo conjunto da sua carreira), Godard é um dos cineastas mais reconhecidos e influentes de todos os tempos. Depois da exposição Voyage(s) en utopie – À la recherche d'un théorème perdu, apresentada em 2006 no Centro Georges Pompidou, em Paris, e da instalação do Estúdio do cineasta na Fundação Prada, em Milão, em 2016, esta nova exposição, intitulada Tenant conte des temps actuels (Tendo conta dos tempos atuais), parte de algumas das últimas obras de Godard para remontar às suas origens. Incidindo sobre a sua obra plástica, a exposição apresenta pela primeira vez uma ampla seleção de desenhos e pinturas da infância do realizador, demostrativos da precocidade de temas, motivos e estratégias formais que viriam a marcar o seu cinema, bem como cadernos, esquissos e colagens relacionados com muitos dos seus projetos fílmicos, materiais que problematizam as fronteiras NOV 2024 – MAI 2025 e porosidades entre diferentes artes e linguagens, abrindo pistas sobre as suas metodologias de trabalho. Além de trazer pela primeira vez a público um vastíssimo conjunto de documentos inéditos que, permitindo reavaliar o alcance da sua cruzada iconoclasta, em muito contribuirão para uma melhor compreensão daquilo que faz da sua obra fílmica um permanente campo de batalha, a exposição recordará, ainda, o encontro de Godard com Manoel de Oliveira, em 1993. É, aliás, no decurso de uma conversa entre ambos, publicada no jornal Libération, que Oliveira avançaria uma definição do cinema que o realizador francês não se cansaria de repetir em muitos dos seus filmes posteriores, desde logo no monumental Histoire(s) du cinéma: “o cinema é uma saturação de signos magníficos que mergulham na luz da sua ausência de explicação”. Esta exposição, com curadoria do coletivo Ô Contraire (Fabrice Aragno, Jean-Paul Battaggia, Nicole Brenez e Paul Grivas) – os próximos colaboradores do cineasta ao longo das duas últimas décadas e mentores da associação (futura fundação) Jean-Luc Godard –, é acompanhada pela edição de um catálogo e por uma ambiciosa programação paralela. Jean-Luc Godard - Obra Plástica
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