PLANO DE ATIVIDADES 2025

Panorama da carta branca a Luís Miguel Cintra –, este ano contará, ainda, com a terceira edição do ciclo de cinema e conversas Um Filme Falado, um percurso pela história do cinema em diálogo aberto e inesperado com a obra de Oliveira, comissariado por Anabela Mota Ribeiro, e com a segunda edição de Modos de Rever, com curadoria de Isabel Lopes Gomes, que, na sequência do programa do ano anterior, refletirá sobre a relação entre o cinema e o museu, não só explorando diferentes representações do museu no cinema, como questionando também se o cinema não poderá ser, ele próprio, também um museu. Ambos os ciclos contarão, em cada uma das sessões, com a participação de convidados para conversar sobre os filmes a partir de diferentes quadrantes disciplinares. De regresso estará também o ciclo O Saber do Cinema, escola do espectador aberta e participativa, moderada por Regina Guimarães e Saguenail, onde quinzenalmente são projetados e discutidos filmes sem anúncio prévio. No que respeita à programação de cinema, cumpre ainda destacar uma retrospetiva seletiva dedicada a Luis García Berlanga, cineasta espanhol cuja obra, sempre crítica, irónica e lúcida, assume pontos de vista satíricos sobre o contexto social e político da Espanha da segunda metade do século XX, que além de manterem toda a sua pertinência a atualidade, nos dão preciosos instrumentos para desmontar as contradições do nosso tempo. Sendo, ainda hoje, um cineasta injustamente esquecido, pouco visto em Portugal e raras vezes apresentado no Porto, esta retrospetiva permitirá redescobrir um dos autores fundamentais do cinema contemporâneo. Igualmente relevante será a retrospetiva da artista e cineasta portuguesa Filipa César, que decorrerá paralelamente à exposição no Museu de Serralves e que será um importante momento de balanço do seu percurso e, de um modo muito particular, das questões que tem vindo a desenvolver no seu trabalho recente. A sua reflexão sobre o pós-colonialismo, mais concretamente sobre o trinómio memória-história-política, bem como acerca da construção e desconstrução crítica de narrativas oficiais, será o foco e o ponto de partida para uma discussão mais alargada que contará com a participação e a apresentação das obras de outros artistas e cineastas que têm afinidades com o modo como Filipa César tem vindo a problematizar os grandes chavões do discurso pós-colonial. Exposições, retrospetivas, ciclos de cinema e conversas, conferências, edições, programas educativos, muitas serão as atividades da Casa do Cinema durante o próximo ano, iniciativas que pretendem dar continuidade à missão de promover o excecional legado patrimonial e cinematográfico de Manoel de Oliveira, em diálogo com os temas críticos da atualidade e a arte do nosso tempo.

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