Plano de Atividades 2025 Janelas para o Mundo
Janelas para o Mundo Plano de Atividades 2025
Estrutura Fundacional Conselho de Fundadores Emílio Rui Vilar – Presidente 1989 Estado Português A Boa Reguladora – Com. e Ind. de Relógios, Lda. Airbus Industrie Alexandre Cardoso, S.A. Amorim – Investimentos e Participações, SGPS, S.A. António Brandão Miranda Arsopi – Indústria Metalúrgica Arlindo S. Pinho, S.A. Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (Portugal), S.A. Banco Borges e Irmão, S.A. Banco de Comércio e Indústria, S.A. Banco Fonsecas & Burnay Banco Internacional de Crédito, S.A. Banco Nacional Ultramarino Banco Português do Atlântico, E.P. Banco Santander Totta, S.A. BNP Paribas Factor – Inst. Financeira de Crédito S.A. BPI – Banco Português de Investimento, S.A. Caixa Geral de Depósitos, S.A. Chelding, Lda. Cinca – Companhia Industrial de Cerâmica, S.A. Cotesi – Companhia de Têxteis Sintéticos, S.A. Fábrica de Malhas Filobranca, S.A. Fnac – Fábrica Nacional de Ar Condicionado Fromageries Bel Portugal, S.A. Fundação Luso-Americana Grupo NORS Grupo Salvador Caetano I.P. Holding, SGPS, S.A. Indústrias Têxteis Somelos, S.A. João Vasco Marques Pinto Jorge de Brito Maconde SGPS., S.A. Millennium BCP Nestlé Portugal, S.A. Polimaia, SGPS, S.A. Produtos Sarcol, S.A. RAR. – Sociedade de Controle (Holding) S.A. Rima, S.A. Riopele, S.A. Rolporto (Soleasing) Santogal, SGPS, S.A. Sociedade Com. Tasso de Sousa – Automóveis, S.A. Sociedade Têxtil A Flor do Campo, S.A. Sogrape Vinhos, S.A. Soja de Portugal, SGPS, S.A. Sonae SGPS, S.A. Super Bock Group, SGPS, S.A. Têxteis Carlos Sousa, S.A. Têxtil Manuel Gonçalves, S.A. União de Bancos Portugueses, S.A. Vera Lilian Cohen Espírito Santo Silva Vicaima – Indústria de Madeiras e Derivados, S.A. Fundadores por Natureza Árvore – Cooperativa de Atividades Artísticas, CRL Associação Comercial do Porto Associação Empresarial de Portugal Câmara Municipal do Porto Fundação Engenheiro António de Almeida Universidade do Minho Universidade do Porto 1994 AdP – Águas de Portugal, SGPS, S.A. APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, S.A. Auchan Retail Portugal, S.A. Cerealis, SGPS, S.A.
003 Cimpor – Cimentos de Portugal, SGPS, S.A. Crédito Predial Português, S.A. Entreposto – Gestão e Participações, SGPS, S.A. Europarque – Centro Económico e Cultural Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A. Filinto Mota, SUCRS, S.A. Francisco José Marques Pinto Generali Seguros, S.A. Jerónimo Martins, SGPS, S.A. JMA Felpos, S.A. Joaquim Moutinho Miguel Pais do Amaral Mota – Engil, SGPS, S.A. Novo Banco, S.A. Parque Expo 98, S.A. Symington Family Estates Vista Alegre Atlantis, S.A. 1995 Ageas Portugal, Companhia de Seguros, S.A. Banco Finantia, S.A. EDP – Electricidade de Portugal, S.A. Flatlands - Sociedade de Gestão e Investimentos Imobiliários, Lda. N. Quintas, SGPS, S.A. 1996 CIN – Corporação Industrial do Norte, S.A. GALP Energia, SGPS, S.A. (Petrogal) GALP Energia, SGPS, S.A. (Transgás) Mário Soares 1997 Evolution Engenharia, S.A. 1998 Banco BPI, S.A. McKinsey & Company 1999 ACO – Fábrica de Calçado, S.A. André Jordan Banco Privado Português, S.A. Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. Bosch Termotecnologia, S.A. Brisa – Auto-estradas de Portugal, S.A. CTT – Correios de Portugal, S.A. Efacec Power Solutions, SGPS, S.A. Ericsson Telecomunicações, Lda. Fernando Simão, SGPS, S.A. JBT – Tecidos, S.A. Maria Cândida e Rui Sousa Morais NOS, SGPS, S.A. Pedro Almeida Freitas Pharol, SGPS, S.A. Ramada Aços, S.A. REN Portgás Distribuição, S.A. Rumape, SGPS, S.A. SIC – Soc. Independente de Comunicação, S.A. STCP – Soc. de Transportes Colectivos do Porto, S.A. 2000 Águas do Douro e Paiva, S.A. Bial – Portela & Cª, S.A. Caetano Technik, S.A. MEO-Serviços de Comunicações e Multimédia, S.A. 2001 Euronext Lisbon – SGMR, S.A. Metro do Porto, S.A. Montepio Geral The Navigator Company, S.A. 2002 ASA Editores II, S.A. Ascendi Norte – Auto-estradas do Norte, S.A. Inditex, S.A. (Zara Portugal)
Sacyr Somague, S.A. Siemens, S.A. Vodafone Portugal, Comunicações Pessoais, S.A. 2003 Álvaro Siza Coca-Cola Europacific Partners El Corte Inglés, S.A. João Rendeiro SCC – Sociedade Central de Cervejas, S.A. Teresa Patrício Gouveia 2004 Martifer – Construções Metalomecânicas, S.A. Rangel Invest – Investimentos Logísticos, S.A. REN – Rede Eléctrica Nacional, S.A. 2005 Grupo Nabeiro – Delta Cafés, SGPS, S.A. Ibersol, SGPS, S.A. Jorge Sampaio José Berardo Prosegur SAP Portugal Varzim-Sol – Turismo, Jogo, Animação, S.A. 2006 Adalberto Neiva de Oliveira Câmara Municipal de Matosinhos Companhia de Seguros Allianz Portugal, S.A. JVC – Holding, SGPS, S.A. Norprint – Artes Gráficas, S.A. Tabaqueira, S.A. 2007 ANA – Aeroportos de Portugal, S.A. Área Metropolitana do Porto Associação Nacional das Farmácias Câmara Municipal da Póvoa de Varzim Câmara Municipal de Santa Maria da Feira Câmara Municipal de Santo Tirso Câmara Municipal de São João da Madeira Câmara Municipal de Vila do Conde Gestifute, S.A. Grupo Media Capital IMG SGPS, S.A. J. Soares Correia, S.A. José Paulo Fernandes Manoel de Oliveira Morais Leitão 2008 Agustina Bessa-Luís Câmara Municipal de Ovar Câmara Municipal de Viseu Inter IKEA Centre Portugal, S.A. McCann Erickson, Portugal, Publicidade, Lda. Sovena Group – SGPS, S.A. 2009 BA GLASS Portugal, S.A. Câmara Municipal de Viana do Castelo CUF, S.A. Maria Antónia Pinto de Azevedo Mascarenhas 2010 Câmara Municipal de Ponta Delgada CPCIS – C. Port. de Com., Inf. e Sistemas, S.A. Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, RL, Soc. Adv. Douro Azul, Soc. Marítimo-Turística, S.A. 2011 Câmara Municipal de Barcelos Grupo Simoldes M. Couto Alves, S.A. Robert Frederick Illing Santa Casa Misericórdia do Porto
005 2012 Porto Editora 2013 Carlos Moreira da Silva e Fernanda Arrepia 2014 AAPICO Maia, S.A. Ferpinta – Indústrias de Tubos de Aço F.P.T., S.A. Luís Valente de Oliveira Norgarante – Sociedade de Garantia Mútua, S.A. Paulo Pimenta Polopique – Comércio, Indústria e Confeções, S.A. 2015 António Gomes de Pinho APCER – Associação Portuguesa de Certificação Câmara Municipal de Braga Câmara Municipal da Maia CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento Luís Braga da Cruz 2016 Águas do Porto Aníbal Cavaco Silva AON Portugal – Corretores de Seguros, S.A. Câmara Municipal de Abrantes Câmara Municipal de Caminha Câmara Municipal de Castelo Branco Câmara Municipal de Chaves Câmara Municipal de Faro Câmara Municipal da Guarda Câmara Municipal de Guimarães Câmara Municipal de Torres Vedras Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão Câmara Municipal de Vila Real Lameirinho – Indústria Têxtil, S.A. LIPOR – Serv. Intermunicip. Gest. Resíd. Grd Porto PLMJ – Sociedade de Advogados, RL PricewaterhouseCoopers &Associados – SROC, Lda PROEF, SGPS, S.A. RTP - Rádio e Televisão de Portugal, S.A. 2017 AMG Services S.A. Artur Santos Silva BCG – Boston Consulting Group Câmara Municipal de Aveiro Câmara Municipal de Espinho Câmara Municipal de Lisboa Câmara Municipal de Ponte de Lima Crispim & Abreu ERT Têxtil Portugal, S.A. Fundação Manuel Sampaio Couto Golden Wealth Management Grupo EGOR Havas Worldwide Infraestruturas de Portugal S.A. João Rafael Koehler José Maria Ferreira Securitas – Serv. e Tecnologias de Segurança, S.A. Sogevinus Fine Wines S.A. SUMOL+COMPAL Marcas, S.A. TAP Air Portugal 2018 ANTARTE Banco de Investimento Global, S.A. Bankinter, S.A. – Sucursal em Portugal Câmara Municipal de Mirandela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia David Rodrigues Advogados David Rosas, Lda. Diverstock Investments, S.A. Fuste, S.A. Galeria Mário Sequeira Grupo ACA INSPAUTO – Inspeção de Veículos, Lda.
KPMG & Associados - SROC, S.A. Lusíadas Saúde PROZINCO - Construção e Manutenção, S.A. Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Sociedade Ponto Verde, S.A. Telles Advogados 2019 Álvaro Pinho da Costa Leite e Maria Augusta Resende da Costa Leite Ana Pinho Macedo Silva e João Nuno Macedo Silva DST, S.A. Ernst & Young Audit & Associados - SROC, S.A. Eurobic Fundação “la Caixa” IMOABA - Sociedade Gestora de Imóveis, Lda. Ingrid Dhanis e Luís Portela Intraplás – Indústria Transformadora de Plásticos, Lda. Kaizen Institute Portugal Lactogal – Produtos Alimentares, S.A. Mafalda da Cunha Guedes e Fernando Guedes Margarida e Belmiro de Azevedo Maria de Belém Sampaio Maria Fernanda e Américo Amorim Nonsense Assets, S.A. Oitoemponto, S.A. Palácio da Bolsa Prozis.Group, S.A. Regina Leite e João Borges de Oliveira Singularelite Unipessoal, Lda. TEAK Capital, S.A. VMPS - Águas e Turismo S.A. 2020 António Oliveira AOF – Augusto de Oliveira Ferreira & CA BMcar Carmo Wood Civilria Delloitte EFG Bank FAP - Federação Académica do Porto Grupo 8 – Vigilância e Prevenção Eletrónica, S.A. Inês e José Miguel Pereira de Jesus Isegoria Capital Margaret Morgan e Wesley Phoa Maria Rolanda Miranda e João Miranda Natacha Ferreira de Brito e Paulo Malafaia Nuno Centeno e Maria José Rua Centeno Triva Group Unilabs 2021 Ana e Frederick Lehmann António José Tâmega Corrêa dos Santos e Maria da Conceição dos Santos Gomes António Silvestre Ferreira Arquiconsult Câmara Municipal de Gondomar Câmara Municipal de Lamego Carlos Góis e Helena Góis Castro Group Cobelba – Sociedade de Construção Civil, S.A. Colunex Fundação Mestre Casais Korn Ferry Maria João e Armando Cabral Pinhais & Companhia, Lda PRIO Rosseti Engenharia Saba Universidade Católica Portuguesa Vanguard Properties Vieira de Almeida 2022 António Aguiar Moreira Bonjardim – Gestão e Turismo, S.A.
007 BOYDEN Portugal, Lda Bragalux, S.A. Câmara Municipal das Caldas da Rainha Câmara Municipal de Melgaço Câmara Municipal do Seixal Capgemini Portugal, S.A. FEPSA – Feltros Portugueses, S.A. Gulnar Hasnain Iberdrola Clientes Portugal, Unipessoal Lda. Ideias Dinâmicas Investimentos Marsh, Lda. Natixis Omatapalo Portugal Pecol – Sistemas de Fixação, S.A. Rodi – Industries S.A. Sanimaia – Materiais de Construção e Decoração, Unipessoal, Lda. Shamir Optical Sodecia – Participações Sociais, SGPS, S.A. Trivalor VESTAS Viagens Abreu 2023 A. Menarini Portugal – Farmacêutica S.A. Albuquerque Mendes Banco Carregosa, S.A. Câmara Municipal de Amarante Câmara Municipal de Ourém Câmara Municipal de Vagos Emílio Rui Vilar Empresa Predial Ferreira & Filhos, S.A. Explorer Investments FINANGESTE – Empresa de Investimentos, Gestão e Desenvolvimento, S.A. Garcia Garcia Instituto Politécnico do Porto Jolera, Lda. MAGIB – Sociedade Imobiliária. S.A. Maria da Conceição Oliveira Ribeiro de Almeida Matrem Group Norlinda Lima e José Correia de Lima Odivel-Lar, S.A. Pinto & Cruz, S.A. Real Vida Seguros Savills Portugal – Mediação Imobiliária, Lda. Vigentgroup SGPS, S.A. Wonder Investments Xrs Motors, S.A. Conselho de Administração Ana Pinho - Presidente Manuel Ferreira da Silva - Vice-Presidente Isabel Pires de Lima - Vice-Presidente José Pacheco Pereira - Vice-Presidente Manuel Sobrinho Simões Fernando Cunha Guedes Tomás Jervell Armando Cabral Luís Silva Santos Comissão Executiva Ana Pinho - Presidente Manuel Ferreira da Silva Isabel Pires de Lima Conselho Fiscal Vitor Hugo Miranda Faria – Presidente João Serrenho PWC - Pricewaterhousecoopers & Associados - Sroc, Lda. Representada por José Manuel Bernardo
009 Apoios
Apoio Institucional Outros Financiamentos Cofinanciamento Portugal 2020 Ala Álvaro Siza — Museu de Serralves PIT – Perform Inform Transform SOILSCAPE ASCEND – Positive Clean Energy Districts Plano de Comercialização e Vendas
011 Os Nossos Mecenas* Mecenas do Parque Mecenas do Treetop Walk * Mecenas que apoiaram a Fundação de Serralves em 2024 Mecenas da Coleção Joan Miró Mecenas do Museu de Arte Contemporânea Mecenas de Uma Exposição Anual Mecenas do Serralves em Luz Grandes Mecenas Outros Mecenas Mecenas Serralves em Festa Mecenas de uma Exposição Mecenas Serviço Educativo Mecenas Museu como Performance Morgan Phoa Family Mecenas Jazz no Parque Mecenas Bioblitz Mecenas Comunicações Mecenas Siza Talks Mecenas de uma Exposição Mecenas Relatório de Sustenrtabilidade Mecenas Exposição novobanco Revelação
013 ACO – Fábrica de Calçado, S.A. AMG Services, S.A. Amorim — Investimentos e Participações ANA — Aeroportos de Portugal, S.A. APCER — Associação Portuguesa de Certificação Arsopi — Indústria Metalúrgica Arlindo S. Pinho Ascendi Norte, S.A. Associação Comercial do Porto Auchan Retail Portugal, S.A. BA Glass Portugal, S.A. Bial — Portela & Cª, S.A. Brisa — Auto-estradas de Portugal, S.A. Caixa Geral de Depósitos, S.A. Câmara Municipal de Aveiro Câmara Municipal de Barcelos Câmara Municipal de Braga Câmara Municipal de Chaves Câmara Municipal da Maia Câmara Municipal de Matosinhos Câmara Municipal da Póvoa de Varzim Câmara Municipal de Santa Maria da Feira Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia CIN — Corporação Industrial do Norte, S.A. Cotesi — Companhia de Têxteis Sintéticos, S.A. CTT — Correios de Portugal, S.A. Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, RL, Soc. Advogados Douro Azul, Soc. Marítimo-Turística, S.A. El Corte Inglés, S.A. Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A. Fundação Manuel Sampaio Couto GALP Energia, SGPS, S.A. Grupo Nabeiro — Delta Cafés, SGPS, S.A. Grupo NORS Grupo Salvador Caetano, S.A. Grupo Simoldes Ibersol, SGPS, S.A. IMG SGPS, S.A. Inditex, S.A. Indústrias Têxteis Somelos, S.A. João Vasco Marques Pinto LIPOR — Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto MEO — Serviços de Comunicações e Multimédia, S.A. Metro do Porto, S.A. Morais Leitão Mota–Engil, SGPS, S.A. NOS, SGPS, S.A. Polopique — Comércio, Indústria e Confeções Ramada Aços, S.A. Rangel Invest — Investimentos Logísticos, S.A. RAR — Sociedade de Controle (Holding) S.A. REN — Rede Elétrica Nacional, S.A. REN Portgás Distribuição, S.A. Riopele, Têxteis, S.A. Sogrape Vinhos, S.A. Soja de Portugal, SGPS, S.A. Sonae SGPS, S.A. Vicaima — Indústria de Madeiras e Derivados Vodafone Portugal, Comunicações Pessoais Fundadores Patrono* * Fundadores que contribuíram para o Fundo anual da Fundação de Serralves em 2023
220 Panorama 225 Exposições 235 Ciclos de Cinema 253 Acervo Manoel de Oliveira 158 Panorama 163 Treetop Walk 175 Casa dos Jardineiros 181 Estufas do Parque 187 Conservação 195 Exposições 203 Espetáculos 209 Eventos em Parceria 215 Mercados Temáticos 155 Parque de Serralves 042 Panorama 051 Exposições 103 Coleção de Serralves 111 Coleção Joan Miró 117 Arquitetura 129 Artes Performativas 039 Museu de Arte Contemporânea de Serralves 217 Casa do Cinema Manoel de Oliveira
015 477 Reflexão Crítica sobre a sociedade e seu Futuro 255 Projetos Transversais 385 Comunidade Educativa 411 Público Adulto 425 Famílias 441 Educação e Inclusão 451 Educação e Ciência 457 Parcerias 469 Comemorações 261 Iniciativas Fora de Portas em Portugal 273 Exposições no Estrangeiro 281 Grandes Eventos 291 Novas Infraestruturas e Valências 321 Serralves e a Sustentabilidade 329 Transformação Digital 335 Edições 351 Biblioteca e Arquivos 367 Estudos de Impacto Económico e de Públicos 373 Comunicação — Novos Projetos 379 Educação: Artes e Ambiente
017 Mensagem da Presidente
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2024 marca o final do terceiro mandato que cumpro na Presidência do Conselho de Administração de Serralves, pelo que considero ser este o momento ideal para refletir sobre o percurso trilhado pela Fundação ao longo dos últimos nove anos. Durante este período foi delineada e executada uma estratégia ambiciosa que procurou consolidar Serralves como uma referência cultural, expandindo a missão da Fundação, alargando as suas áreas de atuação, fortalecendo o seu corpo fundacional e aumentando e diversificando os seus públicos. Esta foi a base de uma transformação que abriu Serralves em várias direções, tornando-a mais inclusiva, acessível e presente em diferentes geografias e comunidades. Hoje, Serralves dedica-se à promoção da arte contemporânea, da arquitetura, do cinema, da paisagem, do ambiente e da reflexão sobre temas críticos da sociedade e o seu futuro. Todas estas vertentes cresceram em número e relevância durante a última década. Considerado um dos mais belos jardins históricos do mundo, com os seus 18 hectares de biodiversidade cuidadosamente preservada, o Parque de Serralves celebrou o seu centenário em 2023, reafirmando o estatuto de espaço emblemático de diálogo entre natureza, arte e ciência. Este lugar único destaca-se como o elemento unificador da Fundação, integrando vários edifícios que foram construídos ao longo dos anos, de que se destacam a Casa de Serralves, o Museu de Arte Contemporânea, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira e a nova Ala Álvaro Siza. Reconhecendo o seu enorme potencial, nos últimos anos, foi dada prioridade à revitalização do Parque, conferindo-lhe centralidade e ampliando a sua dinâmica e programação. O Parque passou a contar com um intenso programa de atividades, incluindo visitas, ciclos regulares de conversas, conferências e exposições anuais de relevo, com enfoque específico no ambiente e na ciência, reforçando a sua função de espaço de conhecimento. O Parque estabelece também um diálogo constante com as restantes áreas de programação da Fundação, sendo palco de grandes eventos como o Bioblitz, o Serralves em Festa, a Festa do Outono ou o Serralves em Luz — nos quais Serralves investiu significativamente nos últimos anos democratizando a sua oferta e alargando os seus públicos —, bem como de exposições de grande impacto que transcenderam as paredes do Museu e apresentaram no Parque obras dos mais reconhecidos artistas do mundo. É no Parque que encontramos também obras de destacados artistas portugueses e estrangeiros, em exposição permanente, que foram reforçadas nos últimos anos com peças de Anish Kapoor, Olafur Eliasson, Rui Chafes e Cabrita. Para reforçar a identidade do Parque enquanto Monumento Nacional e laboratório vivo de sustentabilidade ambiental, foram concretizados vários projetos de recuperação e valorização, como a criação da zona dos Charcos (numa ótica de sensibilização para a necessidade de proteção da biodiversidade aquática no espaço urbano); a recuperação da zona do Prado; a requalificação do emblemático Roseiral, que recuperou a sua grandiosidade histórica; as intervenções nas áreas contíguas à Casa do Cinema Manoel de Oliveira e à Casa de Serralves, no seguimento das obras de construção e restauro de ambas; a grande plantação de espécies autóctones na zona da Mata, na sequência da construção do Treetop Walk, assegurando assim a renovação do Parque. Outros projetos estruturantes incluíram a construção de uma nova estufa inclusiva com fins educativos e de investigação e a adaptação da Horta e dos caminhos da Quinta para assegurar acessibilidade universal. Foi ainda iniciada a requalificação do Lago e do Jardim das
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023 Aromáticas. A breve trecho, concluir-se-ão também os projetos de requalificação dos jardins contemporâneos na envolvência do Museu e da Ala Álvaro Siza, a recuperação do Parterre Lateral, dos Jogos de Água do Parterre Central, do Jardim do Relógio de Sol e da célebre Casa de Chá. A recente reinstalação da emblemática Fonte Jacques Gréber, que regressou à sua origem depois de décadas, representou um momento de grande relevância para a Fundação. Este marco simboliza não só o compromisso contínuo com a preservação e valorização do legado histórico de Serralves, mas também a concretização da visão original de Gréber para este espaço único, reforçando a identidade do Parque como um testemunho vivo de excelência patrimonial e cultural, e conferindo uma nova centralidade à área sul de Serralves. A Casa dos Jardineiros, projeto do arquiteto Álvaro Siza, inaugurada em 2021, é um espaço dedicado à equipa de jardineiros que diariamente cuida do Parque, que serve também de base a programas educativos no âmbito dos materiais e técnicas usados nas práticas agrícolas. Em 2019, nasceu a Casa do Cinema Manoel de Oliveira (CCMO), um espaço destinado a acolher o arquivo Manoel de Oliveira depositado em Serralves a longo prazo, abrindo uma nova área estratégica na missão da Fundação. Decorridos apenas cinco anos da sua inauguração, a CCMO é já uma referência nacional e internacional no estudo do Cinema e, em particular, do cinema de Oliveira, através de uma extensa programação de exposições permanentes e temporárias – em Serralves e fora de portas, no país e no estrangeiro –, de ciclos de cinema, de conversas e conferências, e da edição de publicações, que também aprofundam o diálogo entre o cinema e outras expressões artísticas. A preservação e a disponibilização do vasto espólio documental de Oliveira ─ um dos mais importantes cineastas da história do cinema ─ constituem outro pilar essencial da atividade desta Casa, que se propõe a tornar o cinema de Oliveira acessível a diferentes públicos e às novas gerações. Entre a vasta programação ao longo dos primeiros anos da Casa do Cinema, é de destacar o importante ciclo de exposições anuais Manoel de Oliveira e o Cinema Português, a exposição Manoel de Oliveira, fotógrafo – que também viajou para outros lugares, dentro e fora do país – a inédita exposição da obra plástica de Jean-Luc Godard e a mostra dedicada a Agnès Varda, iniciativas que mostram pontos de convergência entre o cinema de Oliveira e outros reputados realizadores, e ainda exemplos que provam que a obra de Oliveira se interliga com outras artes, como foi visível na exposição dedicada à longa parceria artística entre o cineasta e Agustina Bessa-Luís. A forte e premiada dimensão editorial da CCMO – que apresenta edições dedicadas a todas as exposições realizadas e vários volumes da chamada Coleção da Casa do Cinema – culmina com a publicação do Catálogo Raisonné Manoel de Oliveira, em dezembro de 2024, em parceria com a Cinemateca Portuguesa, um marco histórico não apenas para a obra de Oliveira, mas também para o cinema português. A Ala Álvaro Siza, inaugurada em 2023, é um dos marcos mais relevantes destes últimos nove anos e da história da própria Fundação, refletindo o compromisso contínuo com a excelência e expansão da sua missão. Integrada harmoniosamente na paisagem do Parque, simboliza o crescimento natural da Fundação, tanto em termos de espaço físico quanto de alcance cultural. Construído num período recorde de 18 meses, este edifício, celebrado pela crítica internacional como uma obra-prima da arquitetura contemporânea, e prestando uma merecida homenagem ao seu autor, Álvaro Siza, um dos nomes maiores da arquitetura mundial, aumentou em 50% a área expositiva do Museu, oferecendo um espaço único para a apresentação permanente da Coleção de Serralves, aqui exibida de forma dinâmica em exposições que se sucedem, explorando múltiplas narrativas e diálogos entre artistas de diferentes gerações e geografias. A
nova Ala aumentou também em 75% a área de reservas e arquivos, ampliando o potencial de Serralves para atrair novos espólios artísticos de impacto internacional, o que se tem vindo efetivamente a concretizar. A Coleção de Serralves consolidou-se nos últimos anos como um eixo central de atuação da Fundação e é hoje um dos mais importantes acervos de arte contemporânea da Europa. Composta por mais de cinco mil e quinhentas obras – cerca de metade propriedade de Serralves e as restantes provenientes de depósitos de longa duração de coleções públicas e privadas –, reflete a riqueza e a diversidade da arte contemporânea nacional e internacional. A estratégia de expansão da Coleção, tanto através de aquisições como de depósitos e doações, resultou na incorporação de obras de arte e arquivos avaliados em cerca de 130 milhões de euros nos últimos nove anos. Aqui se destaca a Coleção Miró, a Coleção Leal Rios, a Coleção do Banco Privado Português, a Coleção Mário Teixeira da Silva e a Coleção Duerckheim, assim como os arquivos de figuras destacadas como Álvaro Siza, Julião Sarmento, António Mendes, Fernando Guerra e Vera Mantero. Serralves detém também uma das mais significativas coleções de livros e edições de artista da Europa, que conta atualmente com cerca de seis mil obras, complementada por outros acervos de elevado valor cultural que têm vindo a ser acrescentados. Além das já referidas exposições em Serralves, a Coleção tem mantido uma presença ativa em todo o território nacional, com mais de 230 apresentações realizadas por todo o país em parceria com municípios fundadores e outras instituições, o que corresponde a uma média de 25 exposições anuais. Estas itinerâncias reforçam a missão de Serralves de democratizar o acesso à arte, tornando a Coleção amplamente acessível a públicos cada vez mais diversos. Com a nova Ala, também a arquitetura se tem vindo a afirmar ainda mais como um eixo estratégico de atuação da Fundação, reforçando de forma crescente o protagonismo que ganhou a partir de 2016, com a doação do Arquivo Álvaro Siza. Este compromisso reflete-se na ampliação e conservação do património, tanto paisagístico como edificado, na organização de exposições, debates e conferências dedicados à arquitetura, na implementação de um calendário regular de visitas temáticas, no crescente investimento no tratamento e disponibilização de arquivos, na publicação de obras de referência e no reforço de parcerias institucionais nacionais e internacionais. Nos últimos anos, Serralves destacou-se também pela apresentação de grandes exposições dedicadas a alguns dos mais reconhecidos artistas do mundo como Yayoi Kusama, Ai Weiwei, Olafur Eliasson, Anish Kapoor, Mark Bradford, Louise Bourgeois, Cindy Sherman, Alexander Calder, Wolfgang Tillmans, Yoko Ono, Dan Graham, Arthur Jafa, Julie Mehretu, Joan Jonas e, claro, Joan Miró. Mas também de grandes nomes portugueses como Paula Rego, Helena Almeida, Joana Vasconcelos, Lourdes Castro, Carla Filipe, Álvaro Siza, Cabrita, Rui Chafes, Francisco Tropa, João Maria Gusmão & Pedro Paiva, Álvaro Lapa, Jorge Pinheiro, entre muitos. Simultaneamente, o Museu apostou também na divulgação de artistas emergentes, portugueses e estrangeiros, como Sara Bichão, André Romão, António Júlio Duarte, Miguel Marquês, Vera Mota, Gonçalo Pena, Horácio Frutuoso, Mariana Caló e Francisco Queimadela, David Douard, Korakrit Arunanondchai, Martine Syms, Nora Turato ou Haegue Yang. Este equilíbrio na programação – que combina artistas consagrados com jovens artistas e propostas experimentais – reflete a missão de Serralves de promover a diversidade e assegurar a relevância geracional. O depósito em Serralves da Coleção Miró, composta por 85 obras de um dos maiores génios da arte do século XX, representa outro momento de enorme significado para a Fundação. Cedido pelo Estado Português ao Município do Porto e confiado à gestão de Serralves em 2019, num protocolo por um período de 25 anos renovável, este extraordinário conjunto de pinturas, esculturas, desenhos,
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colagens e sobreteixims abarca seis décadas de criação de Joan Miró (1924-81), e oferece uma oportunidade educativa de inestimável valor, que permite explorar a evolução do artista desde o início da sua carreira até ao final da sua vida, estabelecendo uma ligação essencial com o período de atuação da Fundação, que se concentra na produção artística pós-1960. Desde a sua primeira apresentação, com a exposição Joan Miró: Materialidade e Metamorfose (Casa de Serralves, 2016-17 e Palácio Nacional da Ajuda, 2017-18), a Coleção Miró tem sido celebrada tanto a nível nacional quanto internacional por várias outras exposições subsequentes em Serralves e por itinerâncias internacionais que levaram a Coleção a locais como Pádua e Nápoles, em Itália, e Esmirna, na Turquia. Além das exposições dedicadas, as obras da Coleção Miró têm integrado iniciativas conjuntas com outras instituições de prestígio, como o Museu Guggenheim de Bilbao e a Fundació Joan Miró em Barcelona, destacando a relevância global desta coleção. A publicação em dezembro de 2024 do catálogo que documenta detalhadamente esta coleção e todas as obras que a integram representa um momento importante na sistematização e no estudo da obra de Miró, reafirmando o compromisso de Serralves com a preservação, a investigação e a divulgação desta Coleção, que tem também sido conseguido através da organização de conferências, várias edições e programas educativos que envolvem especialistas, académicos e o público, facilitando uma compreensão aprofundada da obra do artista e assegurando que esta coleção – considerada uma das mais importantes de Miró a nível internacional – permanece viva nas gerações futuras. O Serviço Educativo de Serralves tem desempenhado um papel central na missão da Fundação, promovendo a formação de novas gerações e fomentando cada vez mais a inclusão social. Anualmente, mais de 150 mil pessoas participam anualmente nos programas educativos de Serralves que as aproximam da arte contemporânea, do cinema e da sustentabilidade
027 ambiental. Nos últimos anos, Serralves deu particular atenção à organização de programas de inovação social, atuando de forma crescente em contextos desafiantes e junto de públicos fragilizados em estabelecimentos prisionais, hospitais, lares e centros de acolhimento. Importa ainda referir neste balanço que durante o período desafiante da pandemia, Serralves demonstrou resiliência e inovação ao adaptar a sua estratégia para continuar a cumprir a sua missão em circunstâncias extraordinárias, com iniciativas que garantiram a continuidade das atividades e a ligação com o público, mesmo em tempos de distanciamento físico. Desenhando num tempo record uma robusta presença digital, Serralves lançou programas virtuais inovadores, incluindo visitas guiadas online às exposições, oficinas educativas adaptadas para plataformas digitais e a disponibilização de conteúdos exclusivos nas redes sociais. Simultaneamente, Serralves aproveitou o encerramento temporário dos seus espaços para realizar intervenções de conservação e manutenção no seu património paisagístico e edificado. Além disso, reforçou a programação no âmbito da reflexão sobre os desafios globais com a organização de conversas diárias entre diferentes especialistas, reafirmando a relevância da Fundação como plataforma de pensamento crítico. Esta nova programação digital foi mantida, em grande parte, mesmo cessadas as restrições impostas pela Covid-19, com a continuidade de vários programas digitais que atualmente complementam a programação física e permitem o intercâmbio com públicos distantes. Ao longo dos últimos anos inúmeras iniciativas de Serralves receberam amplo reconhecimento por parte da crítica especializada. A programação expositiva foi alvo de um grande número de críticas e avaliações de excelência e muitas exposições foram consideradas entre as melhores nos balanços anuais promovidos pela crítica nacional e internacional. Várias publicações editoriais e iniciativas educativas têm sido destacadas ao longo dos anos e, no âmbito da requalificação patrimonial, projetos como a Casa do Cinema Manoel de Oliveira, o Treetop Walk e o restauro da Casa de Serralves também receberam importantes distinções. A Ala Álvaro Siza foi celebrada pela sua arquitetura visionária, destacandose em publicações de renome como uma obra-prima contemporânea. Eventos emblemáticos como o Serralves em Festa, o Serralves em Luz e a Festa do Outono têm sido amplamente reconhecidos pelo seu impacto inclusivo e transversal. O Serralves em Luz foi considerado pelo jornal The Times uma das 10 melhores exposições a visitar em toda a Europa. Serralves foi ainda reconhecida com vários prémios de excelência que privilegiam a experiência do visitante; foi considerada a marca de arte e cultura mais reputada do país, pela OnStrategy; foi distinguida com o Prémio 5 Estrelas e reconhecida como o melhor Museu em Portugal pelos Remarkable Venues Awards da Tiqets; o prestigiado site European Best Destinations incluiu o Museu de Serralves no Top 10 dos museus europeus, ao lado de instituições icónicas como o Prado e o Louvre, destacando-o como um dos três melhores museus de arte contemporânea da Europa. Este reconhecimento reafirma a reputação de Serralves de instituição cultural de excelência, com impacto nacional e internacional, que continua a inovar, inspirar e transcender fronteiras com as suas iniciativas e programação. O resultado da estratégia de abertura da Fundação a vários níveis reflete-se, de forma clara, no crescimento e na capacidade de atração de públicos de diversas proveniências e idades. Atualmente, recebemos mais de 1,1 milhão de visitantes anuais, um aumento expressivo em relação aos 520 mil registados em 2015. Nada disto teria sido possível sem a procura constante da sustentabilidade financeira que tem pautado a ação da Fundação, através de uma rigorosa gestão orçamental e de uma combinação eficaz de mecenato, receitas próprias e apoio do Estado. Recebendo uma percentagem
muito menor de financiamento comparativamente a outras entidades congéneres, Serralves tem conseguido crescer de forma expressiva e ao mesmo tempo reduzido a dependência do Estado graças ao aumento significativo das receitas próprias e mecenato. Este modelo virtuoso, que alia o apoio público às contribuições privadas, tem garantido a sustentabilidade da exploração da Fundação e permitido a concretização de projetos ambiciosos, como por exemplo, a expansão do Museu e a requalificação da Casa de Serralves. Finalmente, o reforço do corpo fundacional, uma das prioridades da estratégia de abertura fortemente desenvolvida desde 2016, tem sido essencial para a sustentabilidade e o dinamismo de Serralves. Nos últimos nove anos, o número de fundadores mais do que duplicou, assegurando não apenas o suporte financeiro necessário, mas fortalecendo também a base para o futuro da Fundação criando dinâmicas e oportunidades de colaboração e desenvolvimento. Nesse sentido, o programa de iniciativas exclusivas para fundadores foi intensificado nos últimos anos, promovendo não apenas momentos únicos, mas também a partilha de ideias e um maior envolvimento entre todos. Ao longo da última década reduzimos significativamente a dependência de um número de entidades, captando novos mecenas para Serralves e ampliando o núcleo de Fundadores Patrono que apoiam anualmente Serralves. Com este propósito, foi criado com grande sucesso, em 2016, o Círculo dos Patronos que tem tido uma adesão crescente. Como reconhecimento pelo seu apoio e dedicação, os membros deste grupo beneficiam de um programa exclusivo de iniciativas e vantagens especiais. Hoje, ao refletirmos sobre este percurso, Serralves reafirma-se como muito mais do que uma fundação cultural. É um espaço de encontro, reflexão e transformação, que reúne artistas, mecenas, investigadores e visitantes, num ambiente de diálogo, criação e descoberta. Ao longo da última década julgo que podemos afirmar que muitos desafios foram transformados em oportunidades, fortalecemos o nosso compromisso com a sociedade e reafirmámos o papel de Serralves como um grande polo cultural do século XXI. Este percurso reflete um compromisso inabalável com a excelência e o desejo constante de expandir horizontes, superando limites e projetando a cultura como motor de desenvolvimento e transformação social. Encerramos este ciclo com orgulho, gratidão e ambição, conscientes das conquistas alcançadas e do impacto gerado. Há grandes projetos em perspetiva, sobretudo na área da educação do futuro, da arquitetura e da ciência que consideramos cruciais e que, acreditamos, serão concretizados em novas realidades, continuando a reafirmar Serralves como uma referência cultural de Portugal para o mundo, sempre aberta às possibilidades do futuro e aos desafios que estão por vir. 2024 em restrospetiva Chegados agora ao final do ano em que se assinalam os 35 anos de Serralves, importa também fazer um breve balanço deste ano que foi de celebração e apresentar a proposta de programação e projetos para 2025. Marcado por destacadas comemorações e pela mais ambiciosa e inovadora programação de sempre, o ano que agora termina celebrou o crescimento e a consolidação do percurso da Fundação desde o seu nascimento em 1989. Sob o mote Serralves 35 anos, em 2024, Serralves não apenas celebrou o cumprimento do seu ato fundacional, como destacou o 25.º aniversário do Museu de Serralves e o 5.º da Casa de Cinema Manoel
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de Oliveira e do Treetop Walk. Assistimos ainda ao primeiro ano de atividade da nova Ala Álvaro Siza. A primeira inauguração do ano foi dedicada a Yayoi Kusama – reconhecida como o maior expoente da contemporaneidade com a mais completa retrospetiva da artista jamais realizada, estendendo-se das galerias do Museu ao Parque de Serralves. O Museu apresentou também a exposição, Pré-Pós – Declinações Visuais do 25 de Abril, integrada nas comemorações do cinquentenário da Revolução dos Cravos, que revelou o que de melhor se terá produzido no âmbito das artes visuais em Portugal no período imediatamente anterior e posterior à Revolução. O programa foi ainda enriquecido por diálogos entre diferentes geografias e gerações de artistas, com destaque para o multidisciplinar trabalho do canadiano Stan Douglas, a perspetiva fotográfica além-fronteiras do jovem português Miguel Marquês – artista vencedor do Prémio de Fotografia novobanco Revelação 2024 –, o aclamado Francis Alÿs, que convida o visitante a refletir sobre a importância de ser criança, e a profundidade conceptual e filosófica da arte de Francisco Tropa, artista português de relevo internacional. Sara Bichão e Devendra Banhart integraram o eixo de programação Projetos Contemporâneos. A programação de 2024 ficou também marcada pela abertura de grandes exposições na nova Ala Álvaro Siza dedicadas à Coleção de Serralves e à Arquitetura. A primeira exposição da Coleção inaugurada neste espaço, Anagramas Improváveis, promoveu um diálogo inédito entre obras de artistas de diferentes gerações e geografias, enquanto a primeira grande exposição
031 dedicada à área da arquitetura trouxe ao público o Arquivo Álvaro Siza, estruturada em torno do conceito C.A.S.A., tendo reunindo de forma inovadora diversos projetos deste extraordinário arquiteto. O ano terminou com uma bela apresentação do mundialmente consagrado atelier de arquitetura japonês SANNA, Sejima + Nishizawa, e com a grande exposição Canção Contemporânea dedicada às obras da Coleção Mário Teixeira da Silva recentemente integrada na Coleção de Serralves. Na Casa de Serralves, destacou-se a exposição da dupla João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira e a exposição integrada na celebração do centenário de Mário Soares, figura maior da democracia portuguesa deu grande apoio ao desenvolvimento da arte no nosso país. O ano termina com a inauguração da exposição Pintura-Poesia: livres d’artiste de Joan Miró, revelando mais uma vertente no singular universo do mestre catalão, como um dos artistas gráficos mais surpreendentes e marcantes do século XX. Na Casa de Cinema Manoel de Oliveira foi inaugurada a exposição, Manoel de Oliveira e o Cinema Português 2, centrada no período imediatamente anterior e posterior ao 25 de abril de 1974 – em sintonia com a celebração do cinquentenário da Revolução dos Cravos –, que mostrou o impacto e alcance desse momento tanto na obra de Oliveira como na filmografia portuguesa da época. A exposição Tendo em Linha de Conto os Tempos Atuais, revelou em estreia absoluta pinturas, desenhos, cadernos, imagens digitais e fotografias que integram a obra plástica de um dos mais relevantes realizadores da história do cinema, Jean-Luc Godard. Foram ainda apresentados vários ciclos de cinema, conversas, conferências e publicações, em complemento a estas exposições. O Parque de Serralves abriu ao público no Celeiro e Lagar da Quinta de Serralves a exposição Corpo, Uma Topografia Sonora, de Fernando Mota, uma mostra que cruzou matérias e sons do mundo animal, vegetal e mineral na criação de esculturas sonoras tocadas pelo público, o programa expositivo do Parque de Serralves terminou o ano com a grande apresentação de Herbarium Seen & Dreamed, uma exposição que explora a forma como cientistas, filósofos, escritores, artistas e cineastas representam as plantas, criando herbários de natureza científica e poética. Atento às grandes questões e desafios do presente e futuro da sociedade, o Parque de Serralves foi palco de dois grandes eventos realizados em parceria, o Greenfest e o BOIL Climate Festival. A programação do Parque, cada vez mais transversal, contou ainda com reconhecidas atividades como a Formação Creditada: Charcos com Vida, uma importante ferramenta para a exploração pedagógica e conservação da biodiversidade, bem como a grande conferência Desafios e Oportunidades na Gestão Integrada da Água. O ano de 2024 ficou ainda marcado pela continuidade da recuperação e valorização do importante património que constitui o Parque de Serralves que já tive oportunidade de referir. Destaque para a reabilitação da Horta, a inauguração da Estufa, a readaptação dos caminhos de acesso à Quinta e Horta Urbana para uso de equipamentos de apoio à mobilidade universal, entre outras ações. O ano terminou com a já referida inauguração da grande fonte desenhada por Jacques Gréber. Neste ano de grandes comemorações também o programa editorial assumiu especial relevância, ampliando no tempo as exposições e outras realizações. Importa salientar duas publicações-chave: a publicação do catálogo Coleção Miró propriedade do Estado português, cedida ao Município do Porto e em depósito de longa duração na Fundação de Serralves, que documenta de forma completa e detalhada esta grande Coleção e o muito aguardado catálogo raisonné de Manoel de Oliveira, uma obra histórica abrangente sobre o trabalho do cineasta, essencial para todos aqueles que desejam conhecer o
033 importante legado do maior expoente do cinema em Portugal e um dos melhores na história do cinema. A programação de Serralves continuou a oferecer muitas iniciativas de reflexão sobre a arte contemporânea, arquitetura, cinema, ambiente e paisagem, destacando-se o colóquio de grande relevância internacional, The Álvaro Siza Talks e os ciclos de conversas Pas de Deux, que, através do diálogo entre artistas e críticos, aprofundaram o entendimento das obras apresentadas na exposição Anagramas Improváveis. Obras da Coleção de Serralves. O programa A Nossa Casa, associado à exposição C.A.S.A. e tendo Álvaro Siza como figura tutelar, incluiu visitas a projetos do arquiteto, nas quais especialistas e proprietários revelaram a essência desses espaços. Temas importantes ligados à sustentabilidade foram centrais nos ciclos Conversas com Ciência e Alimentar uma Causa! O ano de 2024 destacou-se ainda pela cada vez mais relevante colaboração com municípios e outras instituições parceiras fundadoras na apresentação da Coleção de Serralves. No contexto internacional, são de referir as grandes exposições organizadas fora de Portugal: Joan Miró: Imagem, Texto e Signo, no Arkas Art Center, em Esmirna, Turquia; a mostra Rede de Reservas da Biosfera da CPLP, em São Tomé e Príncipe, a exposição Ricochets, no Barbican Center, em Londres; e a exposição complementar da apresentação de Francisco Tropa em Serralves, no Nouveau Museé National de Monaco. Em 2024, Serralves contou com importantes depósitos e doações, que continuaram a valorizar a sua Coleção e Arquivos. Destes, destacam-se as doações do arquivo de Julião Sarmento, um dos artistas portugueses mais reconhecidos e influentes das últimas décadas; do espólio fotográfico de António Mendes, um importante marco na história da fotografia portuguesa; do arquivo fotográfico de Fernando Guerra, um dos mais reconhecidos fotógrafos de arquitetura a nível internacional; e do arquivo de Vera Mantero, notável coreógrafa e performer, bem como o depósito de longa duração da Coleção Mário Teixeira da Silva, s, e da Coleção Duerckheim, uma das mais importantes coleções privadas de arte contemporânea da Europa. Inspirados na arquitetura e perspetiva proporcionada pelas janelas que metaforicamente constituem a génese do diálogo entre a programação do Museu de Arte Contemporânea, da Casa, do Parque de Serralves e da Casa de Cinema Manoel de Oliveira, Serralves entra no novo ano de 2025 sob o lema Janelas para o Mundo. Este mosaico multicultural reafirma o compromisso do Museu de Serralves em apresentar alguns dos mais destacados artistas da contemporaneidade: a artista norte-americana Avery Singer (conhecida por redefinir o futuro da pintura); a libanesa Mounira Al Solh; a sul-africana Zanele Muholi (ativista visual e fotógrafa); a brasileira Cinthia Marcelle; a alemã Anne Imhof e a portuguesa Filipa César (artista multidisciplinar que trabalha entre o cinema e as artes visuais). O artista português Jorge Jácome e a francesa Josèfa Nitjam darão corpo ao eixo de programação, Projetos Contemporâneos. A Coleção de Livros de Artista de Serralves será também destacada na Biblioteca de Serralves através da apresentação das suas aquisições mais recentes. Serão também apresentadas uma grande exposição coletiva internacional e uma exposição do vencedor do Prémio de Fotografia novobanco Revelação 2025, que, neste ano, terá pela primeira vez uma exposição dedicada a um jovem artista internacional. Abrindo uma janela para a sua notável envolvente natural e paisagística, 2025 trará também a palco um dos mais consagrados, influentes e controversos artistas da atualidade, Maurizio Cattelan, que através de uma surpreendente apresentação, colocará em diálogo a Casa e o Parque de Serralves.
Em 2025, a Ala Álvaro Siza continuará a acolher grandes exposições dedicadas à Coleção de Serralves e à Arquitetura com a apresentação da Coleção Duerckheim. Reunida há mais de 4 décadas pelo Conde Christian Duerckheim, esta importante Coleção engloba alguns dos mais importantes artistas do final do século XX e início do século XXI. Será também apresentado no final do ano um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do nosso país, agora depositado em Serralves, a Coleção Leal Rios. A nova Ala apresentará também uma exposição dedicada ao grande Alvar Aalto e terminará o ano com uma grande apresentação do Atelier Aires Mateus. O novo programa, iniciado em 2024, que anualmente convida artistas a criar obras especificamente para o corredor que marca a transição (in)temporal entre as galerias do Museu e a Ala Álvaro Siza, continuará com uma encomenda a Fernanda Fragateiro, artista reconhecida pela sua frequente colaboração com arquitetos, numa abordagem distinta à arte. Transdisciplinar e representativa da mais recente criação contemporânea, a programação de Artes Performativas apresenta Meredith Monk e John Hollenbeck, Maria Hassabi, Tristan Perich, Lucinda Childs, The Necks, entre muitos outros. O Museu como Performance, na sua 11.ª edição, o Jazz no Parque, na sua 34.ª edição, e a participação na 8.ª edição do Festival DDD – Dias da Dança completarão a programação de performance, música e dança de 2025. Destaque-se ainda a participação de Serralves no projeto europeu, Perform Inform Transform: Participatory Performance in Art Museums, reforçando o compromisso da instituição na promoção e inovação das artes performativas. A Casa de Cinema Manoel de Oliveira apresentará, além de muitas retrospetivas, ciclos de cinema, conversas, conferências, edições e programas educativos, um destacado elenco de exposições temporárias. Das janelas que integram este espaço muito singular e que também contam com o traço do fenomenal arquiteto Álvaro Siza, será visionada a terceira e última exposição do importante ciclo Manoel de Oliveira e o Cinema Português, que terá como objetivo contextualizar a longa fase final do percurso do realizador, entre 1990 e 2015, no panorama cinematográfico nacional. O ano terminará com a exposição Pequeno Teatro do Mundo, dedicada a Luís Miguel Cintra, figura maior do teatro em Portugal e presença regular no cinema de Manoel de Oliveira. No Parque, através da mais abrangente de todas as janelas que constituem o notável património de Serralves, serão contempladas as exposições Audição Vibratória, do artista Gil Delindro (um projeto de esculturas sonoras, desenhadas com a participação da comunidade surda); 365 dias do Parque, do fotógrafo Jorge Sarmento; Cinzento 18%, uma colaboração entre o coletivo A Recoletora e a curadora Inês Montalvão. Nas quatro estações do ano realizar-se-ão várias iniciativas como o concerto da Banda Sinfónica Portuguesa – Sons no Parque, assim como os grandes Mercados, numa promoção da economia circular. Estes momentos serão complementados por uma intensa programação contínua no Treetop Walk, nas Estufas, na Casa dos Jardineiros e nos Charcos. Em paralelo, uma empenhada equipa de jardineiros continuará a cuidar diariamente deste lugar tão especial, potenciando a sua excelência patrimonial e ambiental que se abre diariamente à comunidade. Através de um plano estratégico e sustentado, destacam-se os trabalhos de reabilitação previstos no Lago, Parterre Central e Lateral, Pérgula do Roseiral, Jardim do Relógio de Sol, Casa de Chá e estábulos da Quinta, além da requalificação da área de resíduos verdes, integrada na envolvente da icónica
035 fonte Jacques Gréber. Será ainda dada continuidade à reabilitação dos Jardins Contemporâneos do Museu e da Ala Álvaro Siza. Será, também, iniciada a construção de um projeto de iluminação que, proporcionando uma fácil circulação no Parque, possa conciliar a eficiência energética com o respeito pela dimensão e integridade ecológica e patrimonial deste espaço. Será também implementado um plano de sinalética direcional e de toponímica inclusivo. A programação do Parque voltará a acolher o Greenfest Serralves e do BOIL Serralves, com conversas, oficinas e concertos, entre muitas atividades. Constituindo alguns dos momentos mais marcantes do ano e incluindo parceiros institucionais cada vez mais envolvidos na missão da Fundação, em 2025 os grandes eventos Bioblitz, Serralves em Festa, Serralves em Luz e a Festa do Outono voltarão com a sua ambiciosa e dinâmica programação. Em 2025, a Fundação dará também continuidade à sua intensa atividade editorial, reforçando a formação e sensibilização de públicos e estendendo o conhecimento sobre as diversas áreas de atuação de Serralves, com especial enfoque nas exposições, na área educativa e no património natural do Parque. Em destaque, estará a coleção dos livros de arquitetura de Serralves, começando pela publicação dedicada ao projeto do Treetop Walk. Continuaremos a promover uma formação inclusiva e abrangente através do Serviço Educativo, nas áreas das artes e do ambiente, desenvolvendo uma programação diversificada e acessível a todos os públicos, com programas contínuos para escolas e universidades, que incluem visitas guiadas, oficinas, cursos de arte contemporânea, ações de formação, atividades para famílias e programas de férias. De realçar o projeto em continuidade Sem Título, uma iniciativa proposta pela Fundação de Serralves, em articulação com o Ministério da Cultura, destinada a jovens entre os 18 e os 25 anos, com a missão de os tornar parte ativa da programação educativa do museu. Também no campo da reflexão crítica sobre a sociedade e o seu futuro será apresentado um vasto programa de conferências e conversas com enfoque na sustentabilidade, ambiente, ciência, tecnologia, arquitetura, cinema, entre muitos outros temas de grande importância atual, com destaque para os dois novos ciclos de conversas em torno dos arquivos e coleções doados à Fundação – Arquivo Julião Sarmento e Coleção Mário Teixeira da Silva.
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