087 A exposição que inaugura a extensão do Museu de Serralves – que terá um piso dedicado à apresentação a todo o tempo da Coleção e arquivos de Serralves – mostra obras incontornáveis da Coleção lado a lado com peças (algumas adquiridas recentemente) que garantem que elas são percecionadas segundo novas perspetivas. Promovem-se diálogos entre artistas de diferentes gerações e geografias, assegurando que a arte portuguesa é enquadrada num contexto internacional, enquanto se sublinha ter a prática de artistas portugueses considerados históricos, preocupações comuns à arte mais recente. Alguns exemplos destes cruzamentos são as salas em que se exibem lado a lado artistas como Cabrita e Julie Mehretu, Álvaro Lapa e Trisha Donnely, ou João Maria Gusmão & Pedro Paiva e Christopher Williams, ou as relações promovidas entre Lourdes Castro, Joan Jonas, Korakrit Arunanondchai e Juliana Huxtable. O processo curatorial que esteve na origem da exposição espelha exemplarmente os seus objetivos de diversidade e intergeracionalidade: liderada pelo diretor do Museu de Serralves, Philippe Vergne, foi constituída uma equipa de curadores que têm com a Coleção de Serralves relações e perspetivas muito diversas – ou porque assistiram à sua génese e tiveram uma relação de trabalho muito próxima com alguns dos artistas nela integrados (cujas obras foram adquiridas na esteira de grandes exposições em Serralves) ou, pelo contrário, porque chegados ao Museu há relativamente pouco tempo têm sobre a Coleção uma visão desembaraçada de quaisquer possíveis atavismos. Anagramas Improváveis FEV – AGO 2024 Coleção de Serralves
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