PLANO DE ATIVIDADES 2024

O ano de 2024 será marcado por inúmeras celebrações – de datas incontornáveis na história de Portugal (50 anos do 25 de Abril), da Fundação e do Museu de Serralves (que cumprem 35 e 25 anos, respetivamente), de centenários de agentes políticos, culturais e artísticos (Mário Soares e Fernando Lanhas); será por isso mesmo o ano em que a ideia de visitar o passado com os olhos do presente, de revelar a sua pertinência para refletir sobre o presente e o futuro – fulcral para um museu que se quer vivo e significativo (e, como o seu nome indica, contemporâneo) – terá diversas oportunidades de tradução. Outra ideia aglutinadora da programação e da coleção de Serralves desde as suas géneses passa por apresentar e colecionar nomes considerados incontornáveis da arte produzida em diversas geografias, mas sempre com a intenção de enquadrar a arte portuguesa num contexto internacional. Em 2024, não faltarão oportunidades para levar esta teoria à prática; se não vejamos: a exposição que assinala os 50 anos do 25 de Abril, obrigatoriamente centrada no contexto nacional, dialogará com uma mostra do artista canadiano Stan Douglas (Vancouver, 1960) que trará para o presente e para um contexto global a questão da relação da arte com questões sociais e políticas, nomeadamente movimentos de protesto; a Coleção de Serralves será apresentada a partir da promoção de relações entre artistas oriundos de diversas geografias e gerações (que supostamente os afastariam). Esta grande apresentação da Coleção, intitulada Anagrams Improváveis, acontece na extensão do Museu de Serralves desenhada pelo arquiteto Álvaro Siza (Matosinhos, Portugal, 1933), e que, enquanto espaço dedicado às coleções e arquivos da Fundação, permitirá a Serralves apresentá-los em permanência – enquanto faz da Fundação de Serralves, dada a quantidade de obras de Álvaro Siza que detém atualmente, entre edifícios projetados de raiz e adaptações de equipamentos (além de parte fundamental do seu arquivo), uma espécie de museu a céu aberto do arquiteto, um sítio de visita incontornável para todos quantos queiram conhecer (ou estudar mais profundamente) a sua vasta e riquíssima obra. Mais um motivo de celebração em 2024, portanto; mas, mais uma vez, uma celebração que aponta para o futuro! Falar de mais um equipamento disponível para a apresentação de exposições conduz inevitavelmente a que abordemos a questão da crescente articulação entre os vários espaços de Serralves. É que nas exposições apresentadas nas galerias do Museu, ou na Casa de Serralves, são muitas vezes promovidas relações com espaços exteriores, nomeadamente com o Parque de Serralves, pensado como uma sua extensão natural, como um local propício a encontros surpreendentes com intervenções artísticas. É o caso da grande mostra dedicada ao trabalho da artista Yayoi Kusama (Matsumoto, Japão, 1929), conhecida pelos seus trabalhos coloridos, lúdicos e imersivos, que serão simultaneamente apresentados no interior e no exterior do Museu. A importância estratégica e premeditada da relação entre os espaços que compõem a Fundação de Serralves – e que permitem uma grande variedade de abordagens à arte dos PANORAMA

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