obra The Curious Vortex, criada especificamente por Olafur Eliasson, um dos maiores artistas do nosso tempo, para a Rótula dos Liquidâmbares, local onde ficará instalada em permanência no Parque de Serralves (esta aquisição segue-se à aquisição da obra Sky Mirror, do grande artista Anish Kapoor, que foi também adquirida para exposição permanente noutro local do Parque – o Jardim do Relógio do Sol – em 2019). Na Casa de Serralves, continuou a ser potenciada a importante Coleção Miró propriedade do Estado Português, à guarda do Município do Porto e em depósito de longo prazo na Fundação de Serralves, através da sua apresentação integral na exposição Joan Miró: Signos e Figurações, que transitou de 2022. Em 2023, a Casa de Serralves acolheu duas importantes exposições: uma apresentação da obra de um dos escultores mais influentes do século XX, Alexander Calder, que se estendeu ao Parque de Serralves, e uma exposição que colocou o trabalho de Calder em diálogo com o de Joan Miró, evidenciando a relação próxima das obras destes dois grandes mestres do século XX. A Casa do Cinema Manoel de Oliveira, enquanto referência no domínio do cinema e das imagens em movimento, começou o ano com a apresentação da obra da grande realizadora e artista francesa Agnès Varda e respetivo programa paralelo de cinema vindos de 2022. A exposição Manoel de Oliveira e o Cinema Português 1, focada nos primeiros 40 anos da atividade do cineasta, abriu ao público em 2023 e constituiu a primeira de uma série de exposições sobre o modo como a obra de Oliveira influenciou a produção cinematográfica nacional. Seguiu-se a primeira exposição em Portugal integralmente dedicada à obra da conceituada dupla de cineastas Jean-Marie Straub e Danièle Huillet. A Casa do Cinema apresentou ainda com um extenso conjunto de iniciativas, como ciclos de cinema, conversas, conferências e publicações, em complemento a estas exposições. A obra do realizador Manoel de Oliveira é contemporânea da evolução de Serralves. Foi há um século que a Quinta de Lordelo se transformou na residência de verão da família do Conde de Vizela, expandindo-se através da posterior aquisição de terrenos e quintas em torno. É esta a génese do Parque de Serralves que, décadas depois, viria a integrar o património histórico e natural da Fundação de Serralves. O Parque de Serralves, hoje classificado como Monumento Nacional, é uma obra-prima paisagística que se estende por 18 hectares, com uma vegetação nativa e exótica ornamental composta por cerca de 8000 exemplares de árvores e arbustos. Em 2023, sinal do cuidado da gestão dos habitats naturais e das infraestruturas em que estes proliferam, a Fundação de Serralves continuou a requalificação do Parque de Serralves, classificado como Monumento Nacional pela sua unidade de paisagem, identidade histórica e ecológica. Sendo o Parque tecido interativo em permanente diálogo com a contemporaneidade, nele continuou a ser apresentada a exposição inaugurada em 2022, The Art of Mushrooms| A Arte dos Cogumelos, partindo da arte para demonstrar a importância dos fungos no equilíbrio dos ecossistemas. Já em 2023, abriu ao público no Celeiro, Lagar e Parque de Serralves a exposição Paulo Neves: O Tempo das Árvores, numa homenagem a uma das principais protagonistas e constituintes deste espaço. Serralves decidiu celebrar o centenário do seu Parque de Serralves para chamar a atenção para este extraordinário património, palco de cada vez mais importantes realizações. O programa de comemorações dos 100 Anos do Parque foi desenhado para decorrer durante todo o ano de 2023, de janeiro a dezembro, através de um extenso programa de atividades, que contou com um grande envolvimento do público, ele próprio cada vez mais diverso e interessado. A exposição e o livro dedicados aos 100 Anos do Parque de Serralves, registos fundamentais sobre um bem maior da Fundação de Serralves, da cidade do Porto e do país, marcaram a comemoração desta importante página da história de Serralves, em que há também a
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