199 Gil Delindro “A audição vibratória” é um projeto que se constrói em diálogo com a comunidade de Surdos do Porto, através de um programa de investigação, onde serão criadas esculturas assentes na matéria sonora enquanto vibração “palpável”. Através de uma investigação de 4 meses, vão ser criadas esculturas que utilizam a matéria sonora enquanto “vibração palpável”, desenhadas a partir da participação voluntária de cidadãos da comunidade surda. A exposição vai transformar captações sonoras da cidade do Porto, em peças escultóricas que podem ser percecionadas de forma física e visual, quer por pessoas com incapacidade auditiva, quer por pessoas com total capacidade. A vontade de trabalhar com esta comunidade não é meramente uma questão de inclusão social, mas antes uma celebração da hipersensibilidade com que as pessoas surdas conseguem percecionar vibrações sonoras de forma física. Trata-se de um trabalho que parte da investigação comunitária, para expandir a maneira como Nov - FEV 2025 Capela e Casa de Serralves todos entendemos o som, e dar ao espectador uma experiência sensorial diferente e física da vibração sonora. Este projeto tem o apoio da Câmara Municipal do Porto através do Programa Criatório e em 2024 estará patente em Serralves, em colaboração com o Serviço de Artes Performativas. “A audição vibratória é resultado de uma aprendizagem executada pelo cérebro do indivíduo quando este não recebe estímulos auditivos. As vibrações provocadas por sons, são assim, comuns a ouvintes e surdos, embora os ouvintes negligenciam a vibração por priorizarem a sensação auditiva.” Jones, 2015 Gil Delindro (1989, Porto) é um artista sonoro e visual com amplo reconhecimento internacional. A sua prática interdisciplinar recorre ao filme documental, instalação e performance, com base na investigação de campo em áreas como a bioacústica, ecologia e geologia. A audição vibratória
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