ESTRUTURA FUNDACIONAL Conselho de Fundadores Emílio Rui Vilar – Presidente 1989 Estado Português A Boa Reguladora – Com. e Ind. de Relógios, Lda. Airbus Industrie Alexandre Cardoso, S.A. Amorim – Investimentos e Participações, SGPS, S.A. António Brandão Miranda Arsopi – Indústria Metalúrgica Arlindo S. Pinho, S.A. Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (Portugal), S.A. Banco Borges e Irmão, S.A. Banco de Comércio e Indústria, S.A. Banco Fonsecas & Burnay Banco Internacional de Crédito, S.A. Banco Nacional Ultramarino Banco Português do Atlântico, E.P. Banco Santander Totta, S.A. BNP Paribas Factor – Inst. Financeira de Crédito S.A. BPI – Banco Português de Investimento, S.A. Caixa Geral de Depósitos, S.A. Chelding, Lda. Cinca – Companhia Industrial de Cerâmica, S.A. Cotesi – Companhia de Têxteis Sintéticos, S.A. Fábrica de Malhas Filobranca, S.A. Fnac – Fábrica Nacional de Ar Condicionado Fromageries Bel Portugal, S.A. Fundação Luso-Americana Grupo NORS Grupo Salvador Caetano I.P. Holding, SGPS, S.A. Indústrias Têxteis Somelos, S.A. João Vasco Marques Pinto Jorge de Brito Maconde SGPS., S.A. Millennium BCP Nestlé Portugal, S.A. Polimaia, SGPS, S.A. Produtos Sarcol, S.A. RAR. – Sociedade de Controle (Holding) S.A. Rima, S.A. Riopele, S.A. Rolporto (Soleasing) Santogal, SGPS, S.A. Sociedade Com. Tasso de Sousa – Automóveis, S.A. Sociedade Têxtil A Flor do Campo, S.A. Sogrape Vinhos, S.A. Soja de Portugal, SGPS, S.A. Sonae SGPS, S.A. Super Bock Group, SGPS, S.A. Têxteis Carlos Sousa, S.A. Têxtil Manuel Gonçalves, S.A. União de Bancos Portugueses, S.A. Vera Lilian Cohen Espírito Santo Silva Vicaima – Indústria de Madeiras e Derivados, S.A. Fundadores por Natureza Árvore – Cooperativa de Atividades Artísticas, CRL Associação Comercial do Porto Associação Empresarial de Portugal Câmara Municipal do Porto Fundação Engenheiro António de Almeida Universidade do Minho Universidade do Porto
003 1994 AdP – Águas de Portugal, SGPS, S.A. APDL, S.A. Auchan Retail Portugal, S.A. Cerealis, SGPS, S.A. Cimpor – Cimentos de Portugal, SGPS, S.A. Crédito Predial Português, S.A. Entreposto – Gestão e Participações, SGPS, S.A. Europarque – Centro Económico e Cultural Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A. Filinto Mota, SUCRS, S.A. Francisco José Marques Pinto Generali Seguros, S.A. Jerónimo Martins, SGPS, S.A. JMA Felpos, S.A. Joaquim Moutinho Miguel Pais do Amaral Mota – Engil, SGPS, S.A. Novo Banco, S.A. Parque Expo 98, S.A. Symington Family Estates Vista Alegre Atlantis, S.A. 1995 Ageas Portugal, Companhia de Seguros, S.A. Banco Finantia, S.A. EDP – Electricidade de Portugal, S.A. Flatlands - Sociedade de Gestão e Investimentos Imobiliários, Lda. N. Quintas, SGPS, S.A. 1996 CIN – Corporação Industrial do Norte, S.A. GALP Energia, SGPS, S.A. (Petrogal) GALP Energia, SGPS, S.A. (Transgás) Mário Soares 1997 Evolution Engenharia, S.A. 1998 Banco BPI, S.A. McKinsey & Company 1999 ACO – Fábrica de Calçado, S.A. André Jordan Banco Privado Português, S.A. Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. Bosch Termotecnologia, S.A. Brisa – Auto-estradas de Portugal, S.A. CTT – Correios de Portugal, S.A. Efacec Power Solutions, SGPS, S.A. Ericsson Telecomunicações, Lda. Fernando Simão, SGPS, S.A. JBT – Tecidos, S.A. Maria Cândida e Rui Sousa Morais NOS, SGPS, S.A. Pedro Almeida Freitas Pharol, SGPS, S.A. Ramada Aços, S.A. REN Portgás Distribuição, S.A. Rumape, SGPS, S.A. SIC – Soc. Independente de Comunicação, S.A. STCP – Soc. de Transportes Colectivos do Porto, S.A. 2000 Águas do Douro e Paiva, S.A. Bial – Portela & Cª, S.A. Caetano Technik, S.A. MEO-Serviços de Comunicações e Multimédia, S.A.
2001 Euronext Lisbon – SGMR, S.A. Metro do Porto, S.A. Montepio Geral The Navigator Company, S.A. 2002 ASA Editores II, S.A. Ascendi Norte – Auto-estradas do Norte, S.A. Inditex, S.A. (Zara Portugal) Sacyr Somague, S.A. Siemens, S.A. Vodafone Portugal, Comunicações Pessoais, S.A. 2003 Álvaro Siza El Corte Inglés, S.A. João Rendeiro Refrige – Sociedade Industrial de Refrigerantes, S.A. SCC – Sociedade Central de Cervejas, S.A. Teresa Patrício Gouveia 2004 Martifer – Construções Metalomecânicas, S.A. Rangel Invest – Investimentos Logísticos, S.A. REN – Rede Eléctrica Nacional, S.A. 2005 Grupo Nabeiro – Delta Cafés, SGPS, S.A. Ibersol, SGPS, S.A. Jorge Sampaio José Berardo Prosegur SAP Portugal Varzim-Sol – Turismo, Jogo, Animação, S.A. 2006 Adalberto Neiva de Oliveira Câmara Municipal de Matosinhos Companhia de Seguros Allianz Portugal, S.A. JVC – Holding, SGPS, S.A. Norprint – Artes Gráficas, S.A. Tabaqueira, S.A. 2007 ANA – Aeroportos de Portugal, S.A. Área Metropolitana do Porto Associação Nacional das Farmácias Câmara Municipal da Póvoa de Varzim Câmara Municipal de Santa Maria da Feira Câmara Municipal de Santo Tirso Câmara Municipal de São João da Madeira Câmara Municipal de Vila do Conde Gestifute, S.A. Grupo Media Capital IMG SGPS, S.A. J. Soares Correia, S.A. José Paulo Fernandes Manoel de Oliveira Morais Leitão 2008 Agustina Bessa-Luís Câmara Municipal de Ovar Câmara Municipal de Viseu Inter IKEA Centre Portugal, S.A. McCann Erickson, Portugal, Publicidade, Lda. Sovena Group – SGPS, S.A. 2009 BA GLASS Portugal, S.A. Câmara Municipal de Viana do Castelo CUF, S.A. Maria Antónia Pinto de Azevedo Mascarenhas
005 2010 Câmara Municipal de Ponta Delgada CPCIS – C. Port. de Com., Inf. e Sistemas, S.A. Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, RL, Soc. Adv. Douro Azul, Soc. Marítimo-Turística, S.A. 2011 Câmara Municipal de Barcelos Grupo Simoldes M. Couto Alves, S.A. Robert Frederick Illing Santa Casa Misericórdia do Porto 2012 Porto Editora 2013 Carlos Moreira da Silva e Fernanda Arrepia 2014 AAPICO Maia, S.A. Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis Ferpinta – Indústrias de Tubos de Aço F.P.T., S.A. Luís Valente de Oliveira Norgarante – Sociedade de Garantia Mútua, S.A. Paulo Pimenta Polopique – Comércio, Indústria e Confeções, S.A. 2015 António Gomes de Pinho APCER – Associação Portuguesa de Certificação Câmara Municipal de Braga Câmara Municipal da Maia CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento Luís Braga da Cruz 2016 Águas do Porto Aníbal Cavaco Silva AON Portugal – Corretores de Seguros, S.A. Câmara Municipal de Abrantes Câmara Municipal de Beja Câmara Municipal de Caminha Câmara Municipal de Castelo Branco Câmara Municipal de Chaves Câmara Municipal de Faro Câmara Municipal da Guarda Câmara Municipal de Guimarães Câmara Municipal de Torres Vedras Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão Câmara Municipal de Vila Real Lameirinho – Indústria Têxtil, S.A. LIPOR – Serv. Intermunicip. Gest. Resíd. Grd Porto PLMJ – Sociedade de Advogados, RL PricewaterhouseCoopers &Associados – SROC, Lda PROEF, SGPS, S.A. RTP - Rádio e Televisão de Portugal, S.A. 2017 AMG Services S.A. Artur Santos Silva BCG – Boston Consulting Group Câmara Municipal de Aveiro Câmara Municipal de Espinho Câmara Municipal de Lisboa Câmara Municipal de Ponte de Lima Crispim & Abreu ERT Têxtil Portugal, S.A. Fundação Manuel Sampaio Couto Golden Wealth Management Grupo EGOR Havas Worldwide Infraestruturas de Portugal S.A. João Rafael Koehler José Maria Ferreira
Securitas – Serv. e Tecnologias de Segurança, S.A. Sogevinus Fine Wines S.A. SUMOL+COMPAL Marcas, S.A. TAP Air Portugal 2018 ANTARTE Banco de Investimento Global, S.A. Bankinter, S.A. – Sucursal em Portugal Câmara Municipal de Mirandela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia David Rodrigues Advogados David Rosas, Lda. Diverstock Investments, S.A. Fuste, S.A. Galeria Mário Sequeira Grupo ACA INSPAUTO – Inspeção de Veículos, Lda. KPMG & Associados - SROC, S.A. LUCIOS – Engenharia e Construção Lusíadas Saúde PROZINCO - Construção e Manutenção, S.A. Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Sociedade Ponto Verde, S.A. Telles Advogados 2019 Álvaro Pinho da Costa Leite e Maria Augusta Resende da Costa Leite Ana Pinho Macedo Silva e João Nuno Macedo Silva DST, S.A. Ernst & Young Audit & Associados - SROC, S.A. Eurobic Fundação “la Caixa” IMOABA - Sociedade Gestora de Imóveis, Lda. Ingrid Dhanis e Luís Portela Intraplás – Indústria Transformadora de Plásticos, Lda. Kaizen Institute Portugal Lactogal – Produtos Alimentares, S.A. Mafalda da Cunha Guedes e Fernando Guedes Margarida e Belmiro Azevedo Maria de Belém Sampaio Maria Fernanda e Américo Amorim Nonsense Assets, S.A. Oitoemponto, S.A. Palácio da Bolsa Prozis.Group, S.A. Regina Leite e João Borges de Oliveira Singularelite Unipessoal, Lda. TEAK Capital, S.A. VMPS - Águas e Turismo S.A. 2020 António Oliveira AOF – Augusto de Oliveira Ferreira & CA BMcar Carmo Wood Civilria Delloitte EFG Bank FAP - Federação Académica do Porto Grupo 8 – Vigilância e Prevenção Eletrónica, S.A. Inês e José Miguel Pereira de Jesus Isegoria Capital Margaret Morgan e Wesley Phoa Maria Rolanda Miranda e João Miranda Natacha Ferreira de Brito e Paulo Malafaia Nuno Centeno e Maria José Rua Centeno Triva Group Unilabs 2021 Ana e Frederick Lehmann António José Tâmega Corrêa dos Santos e Maria da Conceição dos Santos Gomes António Silvestre Ferreira Arquiconsult Câmara Municipal de Gondomar
007 Câmara Municipal de Lamego Carlos Góis e Helena Góis Castro Group Cobelba – Sociedade de Construção Civil, S.A. Colunex Fundação Mestre Casais Korn Ferry Maria João e Armando Cabral Pinhais & Companhia, Lda PRIO Rosseti Engenharia Saba Universidade Católica Portuguesa Vanguard Properties Vieira de Almeida 2022 António Aguiar Moreira Bonjardim – Gestão e Turismo, S.A. BOYDEN Portugal, Lda Bragalux, S.A. Capgemini Portugal, S.A. Casa de Investimentos FEPSA – Feltros Portugueses, S.A. Gulnar Hasnain Iberdrola Clientes Portugal, Unipessoal Lda. Ideias Dinâmicas Investimentos Marsh, Lda. Natixis Omatapalo Portugal Pecol – Sistemas de Fixação, S.A. Rodi – Industries S.A. Sanimaia, Lda. Shamir Optical Sodecia – Participações Sociais, SGPS, S.A. Trivalor VESTAS Viagens Abreu Conselho de Administração Ana Pinho – Presidente Manuel Ferreira da Silva - Vice-Presidente Isabel Pires de Lima - Vice-Presidente José Pacheco Pereira - Vice-Presidente Carlos Moreira da Silva Manuel Sobrinho Simões Fernando Cunha Guedes Tomás Jervell Armando Cabral Comissão Executiva Ana Pinho - Presidente Manuel Ferreira da Silva Isabel Pires de Lima Conselho Fiscal Vitor Hugo Miranda Faria – Presidente João Serrenho PWC - Pricewaterhousecoopers & Associados - Sroc, Lda. Representada por José Manuel Bernardo
Apoios
Apoio Institucional Outros Financiamentos Cofinanciamento Portugal 2020 Con(s)ciênciarte Serralves RH+ Olhares Inclusivos, Janelas para o Mundo, Tenho 25 Anos: Pelo Olhar do Cinema Coleção Casa do Cinema S2S – Starts towards Sustainability Yucunet Serralves Hub de Cultura Digital Ala Álvaro Siza — Museu de Serralves Turismo de Portugal: ValorizArt Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior ATP – Associação de Turismo do Porto Plano de Comercialização e Vendas
011 Os Nossos Mecenas* Mecenas do Parque Mecenas do Treetop Walk * Mecenas que apoiaram a Fundação de Serralves em 2023 Mecenas da Coleção Joan Miró Mecenas do Museu de Arte Contemporânea Mecenas de Uma Exposição Anual Mecenas de uma aquisição para a Coleção Robert Frederick Illing Grandes Mecenas Outros Mecenas Mecenas Serralves em Festa Mecenas de uma Exposição Apoio Exposições Ryoji Ikeda Dan Graham Mecenas do Serviço Educativo Mecenas de uma Exposição Sónia e António Coutinhas Mecenas Museu como Performance Morgan Phoa Family Mecenas de uma Exposição Mecenas Jazz Parque Mecenas Projetos Contemporâneos Mecenas Bioblitz Mecenas Comunicações Mecenas Siza Talks Mecenas de uma Exposição Mecenas de uma Exposição Mecenas Estudo Carbono
013 Ageas Portugal Companhia de Seguros, S.A. AMG Services, S.A. Amorim – Investimentos e Participações, SGPS, S.A. ANA – Aeroportos de Portugal, S.A. André Jordan AON Portugal APCER – Associação Portuguesa de Certificação Arsopi – Indústria Metalúrgica Arlindo S. Pinho, S.A. Ascendi Norte, S.A. Associação Comercial do Porto Auchan Retail Portugal, S.A. BA Glass Portugal, S.A. Bial – Portela & Cª, S.A. Brisa – Auto-estradas de Portugal, S.A. Caixa Geral de Depósitos, S.A. Câmara Municipal da Maia Câmara Municipal da Póvoa do Varzim Câmara Municipal de Aveiro Câmara Municipal de Barcelos Câmara Municipal de Braga Câmara Municipal de Castelo Branco Câmara Municipal de Matosinhos Câmara Municipal de Ponta Delgada Câmara Municipal de Santa Maria da Feira Câmara Municipal de Torres Vedras Câmara Municipal de Viseu CIN – Corporação Industrial do Norte, S.A. Cotesi – Companhia de Têxteis Sintéticos, S.A. CTT – Correios de Portugal, S.A. Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, RL, Soc. Advogados Douro Azul, Soc. Marítimo-Turística, S.A. El Corte Inglés, S.A. Fundação Manuel Sampaio Couto GALP Energia, SGPS, S.A. Grupo Nabeiro – Delta Cafés, SGPS, S.A. Grupo NORS Grupo Salvador Caetano, S.A. Grupo Simoldes Ibersol, SGPS, S.A. IMG SGPS, S.A. Inditex, S.A. Indústrias Têxteis Somelos, S.A. João Vasco Marques Pinto LIPOR – Serv. Intermunicip. Gest. Resíd. Grd Porto MEO – Serviços de Comunicações e Multimédia, S.A. Metro do Porto, S.A. Morais Leitão Mota – Engil, SGPS, S.A. NOS, SGPS, S.A. Novo Banco, S.A. Polopique – Comércio, Indústria e Confeções, S.A. Ramada Aços, S.A. Rangel Invest – Investimentos Logísticos, S.A. RAR – Sociedade de Controle (Holding) S.A. REN – Rede Elétrica Nacional, S.A. REN Portgás Distribuição, S.A. Riopele, Têxteis, S.A. Sogrape Vinhos, S.A. Soja de Portugal, SGPS, S.A. Sonae SGPS, S.A. Tabaqueira, S.A. Vicaima – Indústria de Madeiras e Derivados, S.A. Vodafone Portugal, Comunicações Pessoais, S.A Fundadores Patrono* * Fundadores que contribuíram para o Fundo anual da Fundação de Serralves em 2022
Índice 217 Casa do Cinema Manoel de Oliveira 220 Panorama 225 Exposições 235 Ciclos de Cinema 247 Edições da Casa do Cinema Manoel de Oliveira 253 Acervo Manoel de Oliveira 035 Museu de Arte Contemporânea de Serralves 038 Panorama 045 Exposições 091 Coleção de Serralves 099 Coleção Joan Miró 105 Arquitetura 111 Artes Performativas 143 Edições do Museu 155 Biblioteca, Coleções e Arquivos 167 Parque de Serralves 170 Panorama 173 Treetop Walk 179 Conservação 185 Programação 211 Edições do Parque
413 Reflexão Crítica sobre a sociedade e seu Futuro 259 Projetos Transversais 263 Iniciativas Fora de Portas em Portugal 275 Exposições no estrangeiro 281 Grandes Eventos 289 Novas Infraestruturas 307 Serralves e a Sustentabilidade 319 Educação: Artes e Ambiente 325 Atividades para a Comunidade Educativa 349 Atividades para o Público Adulto 365 Atividades para Famílias 379 A Educação e a Inclusão 387 Educação e Ciência 395 Parcerias 405 Comemorações
Mensagem da Presidente
019
PANORAMA
021 No ano que agora termina, a Fundação de Serralves prosseguiu o seu desígnio de se afirmar como uma referência cultural, em Portugal e no mundo, guiando-se pelo legado histórico da sua origem, que remonta ao longínquo ano de 1923. Ao longo desse século XX, é extraordinária a história deste lugar, iniciada quando Carlos Alberto Cabral herdou a propriedade onde implantou o Parque de Serralves, ocupando um lugar na história dos últimos 100 anos. Foi no último terço deste período, rico em transformações sociais, políticas e culturais, que a Fundação de Serralves foi criada, em 1989, com o claro propósito de promover a arte e a cultura dos nossos dias, envolvendo a comunidade e promovendo a diversidade. Esta visão traduziu-se na contínua participação de públicos locais, regionais, nacionais e internacionais cada vez mais vastos, desenvolvendo durante o seu percurso um contexto excecional para a criatividade, inovação e formação, antecipando de forma crescente os discursos e desafios associados ao futuro. Configurando um dos anos mais ambiciosos do percurso da instituição, a linha condutora da ação planeada para 2023: Onde o Futuro se Cruza com a Memória, celebrou a identidade, a missão e o percurso do centenário Parque de Serralves, intersetando-o contemporaneamente com a afirmação, o reconhecimento e a visão de futuro, com a expansão do Museu de Serralves na nova Ala Álvaro Siza, fundamental para o futuro de Serralves. A programação do Museu de Serralves começou com a apresentação de um relevante espectro de nomes que transitaram de 2022, como o português de influência global Rui Chafes, o destacado compositor eletrónico e artista visual japonês Ryoji Ikeda, a artista/ativista brasileira Rivane Neuenschwander, a universalmente irreverente Cindy Sherman e a artista emergente portuguesa Vera Mota. Também a Coleção de Arte Contemporânea de Serralves, uma das mais abrangentes e coerentes no contexto internacional, colocou em diálogo novas dinâmicas e leituras através de três importantes apresentações monográficas: Maria Antónia Leite Siza, 50 anos depois, que partiu do núcleo de trabalhos da artista doados pelo seu marido, Álvaro Siza; Agustina Bessa-Luís e a Coleção de Serralves, que assinalou a comemoração do centenário da escritora; e Paula Rego: Quem conta um conto…, numa homenagem a uma das maiores artistas portuguesas de todos os tempos. Já com inauguração em 2023, o Museu de Serralves apresentou a cada vez mais reconhecida artista portuguesa Carla Filipe, a influente dupla residente em Porto Rico Allora & Calzadilla, a perspetiva sobre a arquitetura do aclamado e recentemente desaparecido artista norteamericano Dan Graham, o singular universo fotográfico da amplamente reconhecida indiana Dayanita Singh, o mundo onírico do português André Romão, a efervescência criativa da influente franco-canadiana Kapwani Kiwanga; as belas fotografias do português António Júlio Duarte e a obra do colombiano Oscar Murillo, um dos mais importantes artistas da sua geração, integraram o inovador eixo de programação Projetos Contemporâneos. Pensada na perspetiva do seu panorama histórico, foi apresentada a exposição A Quem Possa Interessar: Uma Coleção, uma Carta, que reuniu um conjunto de obras da Coleção do Banco Privado Português que irão brevemente integrar a Coleção de Serralves e a exposição Print Matters Yeah!, que apresentou as aquisições e doações mais recentes da Coleção de Livros e Edições de Artista de Serralves, uma das mais importantes do género a nível internacional; o ano termina com chave de ouro com a apresentação da exposição de celebração do centenário de Fernando Lanhas, um dos mais extraordinários artistas portugueses da segunda metade do século XX, cuja obra está, em grande parte, depositada em Serralves. Em relação à Coleção de Serralves, é de realçar o seu crescimento muito significativo nos últimos anos, quer em número de obras, quer em valor, resultado de uma política de atração de depósitos de longo prazo e de doações, bem como de investimento crescente na aquisição de obras de arte. Este ano, é de destacar a aquisição da
obra The Curious Vortex, criada especificamente por Olafur Eliasson, um dos maiores artistas do nosso tempo, para a Rótula dos Liquidâmbares, local onde ficará instalada em permanência no Parque de Serralves (esta aquisição segue-se à aquisição da obra Sky Mirror, do grande artista Anish Kapoor, que foi também adquirida para exposição permanente noutro local do Parque – o Jardim do Relógio do Sol – em 2019). Na Casa de Serralves, continuou a ser potenciada a importante Coleção Miró propriedade do Estado Português, à guarda do Município do Porto e em depósito de longo prazo na Fundação de Serralves, através da sua apresentação integral na exposição Joan Miró: Signos e Figurações, que transitou de 2022. Em 2023, a Casa de Serralves acolheu duas importantes exposições: uma apresentação da obra de um dos escultores mais influentes do século XX, Alexander Calder, que se estendeu ao Parque de Serralves, e uma exposição que colocou o trabalho de Calder em diálogo com o de Joan Miró, evidenciando a relação próxima das obras destes dois grandes mestres do século XX. A Casa do Cinema Manoel de Oliveira, enquanto referência no domínio do cinema e das imagens em movimento, começou o ano com a apresentação da obra da grande realizadora e artista francesa Agnès Varda e respetivo programa paralelo de cinema vindos de 2022. A exposição Manoel de Oliveira e o Cinema Português 1, focada nos primeiros 40 anos da atividade do cineasta, abriu ao público em 2023 e constituiu a primeira de uma série de exposições sobre o modo como a obra de Oliveira influenciou a produção cinematográfica nacional. Seguiu-se a primeira exposição em Portugal integralmente dedicada à obra da conceituada dupla de cineastas Jean-Marie Straub e Danièle Huillet. A Casa do Cinema apresentou ainda com um extenso conjunto de iniciativas, como ciclos de cinema, conversas, conferências e publicações, em complemento a estas exposições. A obra do realizador Manoel de Oliveira é contemporânea da evolução de Serralves. Foi há um século que a Quinta de Lordelo se transformou na residência de verão da família do Conde de Vizela, expandindo-se através da posterior aquisição de terrenos e quintas em torno. É esta a génese do Parque de Serralves que, décadas depois, viria a integrar o património histórico e natural da Fundação de Serralves. O Parque de Serralves, hoje classificado como Monumento Nacional, é uma obra-prima paisagística que se estende por 18 hectares, com uma vegetação nativa e exótica ornamental composta por cerca de 8000 exemplares de árvores e arbustos. Em 2023, sinal do cuidado da gestão dos habitats naturais e das infraestruturas em que estes proliferam, a Fundação de Serralves continuou a requalificação do Parque de Serralves, classificado como Monumento Nacional pela sua unidade de paisagem, identidade histórica e ecológica. Sendo o Parque tecido interativo em permanente diálogo com a contemporaneidade, nele continuou a ser apresentada a exposição inaugurada em 2022, The Art of Mushrooms| A Arte dos Cogumelos, partindo da arte para demonstrar a importância dos fungos no equilíbrio dos ecossistemas. Já em 2023, abriu ao público no Celeiro, Lagar e Parque de Serralves a exposição Paulo Neves: O Tempo das Árvores, numa homenagem a uma das principais protagonistas e constituintes deste espaço. Serralves decidiu celebrar o centenário do seu Parque de Serralves para chamar a atenção para este extraordinário património, palco de cada vez mais importantes realizações. O programa de comemorações dos 100 Anos do Parque foi desenhado para decorrer durante todo o ano de 2023, de janeiro a dezembro, através de um extenso programa de atividades, que contou com um grande envolvimento do público, ele próprio cada vez mais diverso e interessado. A exposição e o livro dedicados aos 100 Anos do Parque de Serralves, registos fundamentais sobre um bem maior da Fundação de Serralves, da cidade do Porto e do país, marcaram a comemoração desta importante página da história de Serralves, em que há também a
023
PANORAMA
025 assinalar os Dias da Memória e os vários Encontros de Memórias, deixando os testemunhos dos diferentes atores envolvidos no percurso natural, patrimonial e artístico do Parque, bem como a grande conferência A Importância do Restauro – do Jardim ao Ecossistema e o lançamento do belíssimo livro de ilustrações Raízes do Parque, como alguns dos momentos altos do vasto programa de celebração do centenário do Parque. Não obstante o seu considerável stock de carbono, numa estratégia de melhoria contínua do seu desempenho ambiental, e procurando um efeito replicador e de sensibilização para os seus stakeholders, em 2023 Serralves comprometeu-se publicamente a reduzir a sua pegada de carbono em cerca de 30% num período de três a cinco anos. Este processo envolve todas as áreas da atividade e do funcionamento de Serralves e continuará a ser implementado ao longo dos próximos anos. No ano do seu centenário, o Parque foi mais uma vez palco dos grandes eventos Bioblitz e a Festa do Outono. Ocupando todo o património da Fundação, e ainda a baixa do Porto e o Jardim do Morro em Vila Nova de Gaia, voltámos a acolher o maior evento da cultura contemporânea em Portugal e um dos maiores a nível internacional. O Serralves em Festa 2023 celebrou Serralves, durante mais de 50 horas contínuas, como um espaço de festa inclusivo e que incorpora o pensamento e a sensibilização sobre a arte, o meio ambiente e a paisagem. A programação de Serralves, nos seus diferentes domínios de atuação, contou ainda, durante todo o ano de 2023, com múltiplas outras atividades formativas, envolvendo e sensibilizando diferentes públicos na partilha de experiências e metodologias sobre os desafios da contemporaneidade. Serralves continuou a apostar no diálogo próximo e contínuo com as escolas, as universidades, as famílias, o público de contextos especiais e o público em geral, promovendo
027 visitas e oficinas no Museu, na Casa de Serralves, na Casa do Cinema, no Parque e no Treetop Walk, bem como apresentando muitas conferências e ciclos de conversas sobre arte contemporânea, arquitetura, cinema, ambiente, paisagem e muitos temas de importância para a nossa vida atual e futura. Neste ano de 2023 é de destacar a exposição documental que esteve patente durante vários meses no Hall do Museu, divulgando os importantes projetos que levaram a duas prisões do norte do país (Custóias e Santa Cruz do Bispo) atividades e temáticas relacionadas com a arte contemporânea e o ambiente, integrando intervenções artísticas de Tiago Madaleno e André Cepeda, no âmbito do programa Janelas para o Mundo, parte da cada vez mais robusta ação de Serralves na inclusão social. As artes performativas aconteceram em muitos dos espaços de Serralves, em várias apresentações de música, dança e performance. Muitas publicações foram editadas, assim amplificando e prolongando no tempo as exposições e outras realizações que Serralves organizou ao longo de todo o ano. Serralves esteve, ainda, presente por todo o país, apresentando-se em parceria com os seus municípios e outras entidades fundadoras, organizando exposições a partir da sua Coleção de Arte Contemporânea, do cinema e da biodiversidade em vários espaços públicos do território nacional, bem como em instituições e locais de referência no estrangeiro, por sua iniciativa ou em coproduções com algumas das mais relevantes instituições culturais mundiais; estas iniciativas de Serralves fora de portas, dentro e fora de Portugal, continuarão em 2024. A inauguração do novo edifício do Museu em 2023 representa um marco na história da Fundação, enquanto simultaneamente presta uma merecida homenagem a Álvaro Siza – um dos maiores nomes da história da arquitetura mundial. Este edifício destaca a relação próxima entre Serralves e o genial arquiteto, que dura há mais de três décadas, com a realização de importantes projetos da sua autoria inaugurados em diferentes momentos: a construção do Museu de Arte Contemporânea de Serralves (em 1999), da Casa do Cinema Manoel de Oliveira (em 2019), da Casa dos Jardineiros (em 2021), a recuperação da Casa de Serralves (em 2021), entre muitos outros projetos realizados em estreita colaboração. Em 2015, Álvaro Siza doou a esta Fundação uma parte importante do seu arquivo que, desde aí, Serralves tem vindo a tratar e divulgar em múltiplas exposições, publicações e conferências, levando a obra de Siza ao conhecimento de um vasto e diversificado público, dentro e fora de Portugal. Esta cumplicidade, preenchida sobretudo de uma enorme ligação afetiva a este espaço e a este projeto cultural em permanente construção, leva a que a Fundação de Serralves, profundamente agradecida por este percurso conjunto, tenha decidido dar a este novo edifício o nome de Ala Álvaro Siza. Integrada de forma perfeita na paisagem do Parque, a nova Ala Álvaro Siza representa a expressão do crescimento natural de Serralves, ao mesmo tempo celebrando a influência global da obra de Siza e consolidando Serralves como o lugar que reúne a mais importante coleção de edifícios da autoria do brilhante arquiteto. Neste novo edifício serão apresentadas exposições dedicadas à Coleção de Serralves – que estará, assim, exposta em permanência, mas de forma dinâmica em exposições que se vão sucedendo –, e à Arquitetura, um dos eixos estratégicos da missão de Serralves. A Ala Álvaro Siza veio aumentar em 33% a área de construção do Museu de Serralves. Constituída por três pisos (um piso de arquivos e dois pisos de exposição), esta nova ala vem acrescentar em cerca de 50% a área expositiva e 75% a área de reservas, tendo sido construída num período muito curto (um ano e meio). Esta expansão permitirá, por um lado, a captação de novas doações e depósitos e a valorização contínua da Coleção de Serralves e, por outro, a apresentação de uma narrativa inédita sobre a arquitetura e a arte contemporânea portuguesas, relacionando-as com autores e movimentos internacionais que as contextualizam e com elas dialogam. Como forma de homenagear Álvaro Siza no ano em que festejou 90 anos, Serralves abriu a nova ala ao público mantendo-a sem qualquer exposição até ao início de 2024, para que este extraordinário projeto de arquitetura possa
ser apreciado na sua plenitude e em todos os seus detalhes. Até à abertura das exposições está, no entanto, a decorrer no espaço um programa de conversas, conferências, visitas guiadas por especialistas e lançamentos de publicações relacionados com a arquitetura de Álvaro Siza – o programa Naked Architecture / Arquitetura a Nu. Em 2024 festejamos Serralves 35 anos não apenas com a celebração do caminho de sucesso que esta fundação percorreu desde a sua criação em 1989, mas também assinalando revoluções, liberdades, diálogos, interseções, revisitações e criações. No próximo ano, celebramos também os 25 anos do Museu de Serralves, o primeiro museu de arte contemporânea criado em Portugal, e os cinco anos da Casa do Cinema Manoel de Oliveira e do Treetop Walk, que nos leva pelas copas de um Parque único no mundo que acolheu mais uma extraordinária peça arquitetónica de Álvaro Siza – a nova ala do Museu, que viverá o seu primeiro ano de vida em 2024. Yayoi Kusama, uma das artistas mais influentes da história da arte contemporânea, que hoje arrasta um vastíssimo público em qualquer lugar do mundo em que exponha, terá uma grande apresentação no Museu e no Parque de Serralves. No outonoSerralves apresenta uma grande exposição do incontornável Francis Alÿs. O internacionalmente reconhecido artista canadiano Stan Douglas trará para o presente e para um contexto global a relação da arte com questões sociais e políticas, numa exposição que se relaciona com a grande exposição sobre os 50 anos da Revolução do Cravos, Pré/Pós – Declinações Visuais do 25 de Abril, que será apresentada nas galerias do Museu e na Biblioteca de Serralves. Serralves celebrará também o centenário de Mário Soares, figura maior da democracia portuguesa, numa exposição na Casa de Serralves que pretende ser uma reflexão sobre a relação entre o pensar e o agir político e a arte e a cultura. Serralves celebrará ainda vários artistas portugueses do nosso tempo – Francisco Tropa terá a sua maior exposição até à data, acompanhada por um programa de performances em vários espaços do Museu e a dupla João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira ocupará a Casa de Serralves. Na Galeria Contemporânea estará a exposição da jovem artista portuguesa Sara Bichão, no contexto do programa Projetos Contemporâneos, através do qual nos chegará também pela primeira vez o músico Devendra Banhart na sua vertente de artista plástico, e o prémio de fotografia Novo Banco Revelação vai voltar a ser apresentado. Em 2024 celebraremos um dos momentos mais marcantes da história de Serralves, com a inauguração das exposições da nova Ala Álvaro Siza. Uma das exposições inaugurais será a grande mostra Anagramas Improváveis, que promove relações e pontes entre artistas de diferentes origens e gerações presentes na Coleção de Serralves. A primeira grande exposição dedicada à arquitetura na nova ala apresenta o Arquivo Álvaro Siza, estruturado em torno do conceito C.A.S.A., reunindo vários projetos do arquiteto. Criando e recriando o universo de Joan Miró, a Casa de Serralves revelará o mestre catalão como um dos artistas gráficos mais surpreendentes e marcantes do século XX, apresentando belíssimos Livros de Artista de Miró em cruzamento com obras pertencentes à Coleção Miró depositada em Serralves. O ano será também marcado pela publicação do catálogo raisonée desta importante Coleção de obras de Miró. A programação de Artes Performativas apresenta João Fiadeiro, Vera Mantero, Teresa Silva, Inês Campos e Jefta van Dinther, Silvestre Pestana, o coletivo Supernova Ensemble, Nicholas Bussmann, Terre Thaemlitz, Merzbow, Lorenzo Senni, Peter Broderick, o coletivo Tutto Questo Sentire, entre outros. O Museu como Performance, que celebra em 2024 a sua 10ª edição, o Festival Dias da Dança, e a 34ª edição
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031 do Jazz no Parque completarão a programação de música, dança e performance de 2024. Na Casa do Cinema Manoel de Oliveira, para além da intensa programação de cinema que já transformou a sua sala de projeção num espaço de referência, destacam-se no próximo ano o segundo momento do ciclo de exposições Manoel de Oliveira e o Cinema Português, que abordará o período que antecedeu e sucedeu ao 25 de abril de 1974, bem como a exposição sobre Jean-Luc Godard, um dos mais cineastas mais reconhecidos internacionalmente, recentemente desaparecido. A programação da Casa do Cinema continuará a apresentar extensos ciclos de cinema, de conversas e de conferências, bem como um forte programa de edições. No Parque, 2024 será um ano de enorme celebração, com a recuperação de vários dos seus espaços. O arquiteto João Gomes da Silva, autor original dos jardins contemporâneos que cresceram à volta do Museu no final dos anos 1990, é também autor do arranjo paisagístico destes jardins que agora está a ser realizado, na sequência da construção da nova Ala Álvaro Siza. Na Quinta, serão inaugurados a nova estufa e o projeto de requalificação da Horta e dos caminhos, tornando-os acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida. Serão, ainda, requalificados vários espaços de elevado significado para a sua história: o Lago, de acordo com o projeto do arquiteto paisagista Gerald Luckhurst e o Jardim das Aromáticas, numa proposta da arquiteta paisagista Teresa Portela Marques. A grande fonte que Jacques Gréber desenhou em 1932 para o extremo sul do Parque e que, nos anos 1980, foi retirada do seu local de implantação original, irá agora ser recolocada, num projeto de enorme valor patrimonial para Serralves e a sua história. O Parque continuará a ser um palco privilegiado para várias realizações: no Parterre Lateral Gerald Luckhurst criará uma exposição floral para ser apreciada nos meses de primavera e verão, a primeira de um novo ciclo que se renovará a cada ano, com intervenções de autoria de diferentes arquitetos paisagistas convidados; a artista Kathy Hinde apresentará uma instalação de luz e som, a par de uma instalação sonora do artista Fernando Mota; a partir do livro 365 Dias Parque o fotógrafo Jorge Sarmento será responsável uma exposição de fotografias da biodiversidade de Serralves na Alameda do Prado; o artista Gil Delindro apresentará um projeto de esculturas sonoras, desenhadas com a participação da comunidade surda; em cada uma das estações do ano o Parque acolherá os concertos da Banda Sinfónica Portuguesa Sons no Parque, bem como os grandes mercados, numa promoção efetiva da economia local e circular. O calendário do ano é ainda preenchido com os Grandes Eventos que trazem centenas de milhares de visitantes, ano após ano, a Serralves – o Bioblitz, o Serralves em Festa, a Festa de Outono e o Serralves em Luz, que veremos regressar em 2024. A Reflexão Crítica sobre a Sociedade e o seu Futuro, uma das contribuições da Fundação de Serralves para a criação de conhecimento e de pensamento contemporâneo, continuará através de um conjunto de conferências e conversas que cruzam temáticas lançadas pelas exposições, ciclos de cinema e problemáticas ambientais, entre muitas outras. Destacam-se as The Álvaro Siza Talks e, neste ano de celebração, o Ciclo 25 de Abril. Outro eixo fulcral da ação de formação de Serralves são as publicações. 2024 será mais um ano de intensa atividade editorial, não só sobre as exposições e os importantes arquivos, mas nas restantes vertentes trabalhadas por todas as áreas de Serralves. Sempre com os olhos postos nos nossos públicos muito diversos, Serralves continuará a garantir uma formação inclusiva, através do Serviço Educativo nas vertentes artes e ambiente, que desenvolve uma programação didática intensa e transversal a todos os públicos através de programas regulares para escolas e universidades, entre visitas,
“la Caixa”, Ascendi, Fundação EDP, Super Bock Group, Sonae, Nors, Lipor, Proef, FVC Group, Grupo Amorim, Fuste, Mota-Engil, NOS, Sónia e António Coutinhas, Morgan Phoa Family e PWC. Agradeço igualmente aos Fundadores Patrono e aos restantes Fundadores que, a cada ano, se juntam a Serralves em número crescente, cujo apoio contínuo é crucial para a sustentabilidade e futuro da Fundação. Estendo o meu reconhecimento aos artistas, curadores, cineastas, arquitetos, arquitetos paisagistas, biólogos, investigadores, Amigos de Serralves, voluntários e aos numerosos parceiros que, de forma crescente, nos vêm acompanhando. Deixo um agradecimento especial aos que, nos vários departamentos da Fundação, se dedicam diariamente à concretização dos muitos projetos de Serralves. Ao Presidente do Conselho de Fundadores e aos membros do Conselho de Administração e, em particular, aos da Comissão Executiva, agradeço o constante apoio e o empenho no desenvolvimento desta instituição que, com ambição, procura manter-se atual e relevante na sua missão. Por último, agradeço a todos os que nos visitam, cada vez em maior número. Os desafios e as oportunidades que se nos deparam continuarão a incentivar-nos no cumprimento do nosso serviço público de grande alcance, animando-nos a continuar o percurso de sucesso dos que nos antecederam nestes 35 anos de Serralves. Ana Pinho Presidente do Conselho de Administração oficinas, cursos de arte contemporânea, ações de formação, atividades para famílias e programas de férias. Em 35 anos Serralves mudou. Reconstruiu-se, recriou-se e contribuiu para alterar o mundo à sua volta – a cidade, a região e o país, e elevou-se internacionalmente como poucas instituições culturais nacionais. Acompanhando e participando sempre na mudança e evolução do pensamento que empurra e valoriza as sociedades, a Fundação de Serralves cresceu em todas as direções essenciais à integração do pensamento, do conhecimento e da cultura nas suas múltiplas expressões artísticas. Das artes plásticas à arquitetura, às artes performativas, ao cinema, à paisagem, ao ambiente e à ciência, Serralves tornou-se um laboratório vivo, uma casa de exploração e de aproximação. Prova disso é o facto de Serralves ter trazido a Portugal os maiores artistas contemporâneos, que só assim se tornaram conhecidos da maioria dos portugueses. Mas também o ter levado os artistas portugueses e as suas obras até aos muitos estrangeiros que, a cada ano, visitam a Fundação. O desenvolvimento, crescimento e consolidação de Serralves enquanto instituição de referência ao longo destes 35 anos deve-se à proximidade, envolvimento e apoio de muitos. Assim, e enquanto Presidente do Conselho de Administração, expresso um profundo agradecimento a todos aqueles que acreditam e apoiam o projeto de Serralves, incluindo o Estado Português, a CCDR-N, o Portugal Inovação Social, a Câmara do Porto e todas as outras Autarquias Fundadoras. Manifesto também a minha gratidão aos nossos Mecenas – Robert Illing, a quem agradeço de forma muito particular este ano, pela generosa contribuição para a aquisição da obra The Curious Vortex de Olafur Eliasson, BPI Fundação
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Museu de Arte Contemporânea de Serralves
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O ano de 2024 será marcado por inúmeras celebrações – de datas incontornáveis na história de Portugal (50 anos do 25 de Abril), da Fundação e do Museu de Serralves (que cumprem 35 e 25 anos, respetivamente), de centenários de agentes políticos, culturais e artísticos (Mário Soares e Fernando Lanhas); será por isso mesmo o ano em que a ideia de visitar o passado com os olhos do presente, de revelar a sua pertinência para refletir sobre o presente e o futuro – fulcral para um museu que se quer vivo e significativo (e, como o seu nome indica, contemporâneo) – terá diversas oportunidades de tradução. Outra ideia aglutinadora da programação e da coleção de Serralves desde as suas géneses passa por apresentar e colecionar nomes considerados incontornáveis da arte produzida em diversas geografias, mas sempre com a intenção de enquadrar a arte portuguesa num contexto internacional. Em 2024, não faltarão oportunidades para levar esta teoria à prática; se não vejamos: a exposição que assinala os 50 anos do 25 de Abril, obrigatoriamente centrada no contexto nacional, dialogará com uma mostra do artista canadiano Stan Douglas (Vancouver, 1960) que trará para o presente e para um contexto global a questão da relação da arte com questões sociais e políticas, nomeadamente movimentos de protesto; a Coleção de Serralves será apresentada a partir da promoção de relações entre artistas oriundos de diversas geografias e gerações (que supostamente os afastariam). Esta grande apresentação da Coleção, intitulada Anagrams Improváveis, acontece na extensão do Museu de Serralves desenhada pelo arquiteto Álvaro Siza (Matosinhos, Portugal, 1933), e que, enquanto espaço dedicado às coleções e arquivos da Fundação, permitirá a Serralves apresentá-los em permanência – enquanto faz da Fundação de Serralves, dada a quantidade de obras de Álvaro Siza que detém atualmente, entre edifícios projetados de raiz e adaptações de equipamentos (além de parte fundamental do seu arquivo), uma espécie de museu a céu aberto do arquiteto, um sítio de visita incontornável para todos quantos queiram conhecer (ou estudar mais profundamente) a sua vasta e riquíssima obra. Mais um motivo de celebração em 2024, portanto; mas, mais uma vez, uma celebração que aponta para o futuro! Falar de mais um equipamento disponível para a apresentação de exposições conduz inevitavelmente a que abordemos a questão da crescente articulação entre os vários espaços de Serralves. É que nas exposições apresentadas nas galerias do Museu, ou na Casa de Serralves, são muitas vezes promovidas relações com espaços exteriores, nomeadamente com o Parque de Serralves, pensado como uma sua extensão natural, como um local propício a encontros surpreendentes com intervenções artísticas. É o caso da grande mostra dedicada ao trabalho da artista Yayoi Kusama (Matsumoto, Japão, 1929), conhecida pelos seus trabalhos coloridos, lúdicos e imersivos, que serão simultaneamente apresentados no interior e no exterior do Museu. A importância estratégica e premeditada da relação entre os espaços que compõem a Fundação de Serralves – e que permitem uma grande variedade de abordagens à arte dos PANORAMA
039 nossos dias – é acompanhada pela constante preocupação de apresentar (e relacionar) artistas oriundos de geografias e gerações distintas, promovendo leituras que atualizam a obra de artistas considerados consagrados, ao mesmo tempo que se mostram artistas emergentes, cujas obras interrogam aquilo que considerámos serem os limites e as definições do objeto ou do projeto artístico; isto tendo em mente que a receção dos artistas portugueses se deve articular com a apresentação de artistas estrangeiros, o que dá à arte nacional um contexto conceptual global – que ultrapassa a velha questão, obrigatoriamente redutora, de nela encontrar características comuns, partilhadas por todos quantos aqui nasceram (esquecendo que na atualidade globalizada os modelos/interlocutores dos artistas portugueses podem ter nascido e viver e trabalhar em qualquer país). Já nos referimos à relação entre os artistas portugueses presentes na exposição dedicada ao 25 de Abril e Stan Douglas, mas também podemos destacar o facto de apresentarmos em 2024, entre exposições de artistas estrangeiros, a maior exposição institucional realizada até hoje do artista português Francisco Tropa (Lisboa, 1969), uma mostra da dupla composta pelos artistas
João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira (Lisboa, 1976; Torres Vedras, 1973) e uma exposição da jovem artista portuguesa Sara Bichão (Lisboa, 1986) – esta última no contexto dos Projetos Contemporâneos, em que também apresentaremos (mais um exemplo da relação promovida entre diferentes origens geográficas) pela primeira vez em Portugal o trabalho plástico do porcá-exclusivamente-conhecido-enquanto-músico artista norte-americano com ascendência venezuelana Devendra Banhart (Houston, Texas, 1981). Estas exposições, apesar da diversidade de temáticas que exploram – da arte sem outro propósito que não a própria arte (Francisco Tropa) à relação entre práticas artísticas e uma crítica da história recente de Portugal, em que se incluem análises do colonialismo e dos “bons costumes” portugueses (João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira) – têm vários fios comuns, que passam pela importância da manualidade, da promoção de encontros encantatórios com formas e matérias (já alguém apelidou Sara Bichão de “respigadora de esculturas”), a atenção ao formato expositivo (a indistinção entre a apresentação do objeto artístico e a invenção de uma cenografia (ou a exposição como espaço de interatividade),, a invocação de autores, culturas e mitos antigos para o presente (casos de Francisco Tropa e Devendra Banhart). Por último, destaque-se a importante exposição do artista belga Francis Alÿs, ancorada na sua ampla pesquisa sobre jogos infantis, que constituirá uma oportunidade para, por um lado, dar a conhecer ao vasto público de Serralves PANORAMA
041 a obra de um dos mais influentes artistas das últimas décadas e, por outro lado, para refletir sobre a relação da arte contemporânea com a educação – reflexão que servirá de mote para um conjunto de atividades pensadas pela direção artística do museu em estreita colaboração com o seu Serviço Educativo. Para concluir a importante questão das articulações entre artistas portugueses e estrangeiros, entre diferentes gerações e entre modos diversos de realização, comunicação e perceção da arte (que compreende frequentemente a invenção de novos modelos e de novos usos para velhos espaços), devo referir ainda a importante e distintiva relação entre as equipas que compõem a direção do Museu de Serralves. Curadores, programadores do Serviço de Artes Performativas, coordenação e produção do Serviço Educativo, responsáveis pela Biblioteca e Arquivos, todos trabalham em equipa, frequentemente envolvidos nos mesmos projetos. É o caso da exposição inaugural da extensão do Museu – em que a atenção às artes performativas, à coleção de livros e edições de artista de Serralves e aos arquivos depositados na Biblioteca de Serralves, e à componente educativa contribuíram para definir desde o início o modelo expositivo; mas também se aplica, este trabalho conjunto, a todas as exposições organizadas por Serralves (basta pensarmos na mostra dedicada ao 25 de Abril para percebermos a importância da performance e de momentos dedicados à reflexão!). No caso do Serviço de Artes Performativas, refira-se ainda que, além de um trabalho em estreita relação com a programação de exposições (em que se apresentam concertos e performances eminentemente relacionados com as propostas dos artistas expostos nas galerias do Museu; um exemplo paradigmático será a exposição de Francisco Tropa), existe uma programação autónoma das exposições, em que cabem propostas experimentais e transdisciplinares, muitas vezes incompatíveis com classificações disciplinares e com a apresentação em espaços e modelos convencionais. Destaque-se a este propósito o programa anual O Museu como Performance, que apresenta em 2024 a sua décima edição (mais um motivo de celebração!) e que traz a Serralves objetos inclassificáveis, entre música, dança, performance e artes visuais, mostrados em espaços surpreendentes (além das galerias e do Auditório do Museu, já se apresentaram, por exemplo, propostas na garagem, em diversos espaços do Parque, da Casa de Serralves e da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, etc.), tornando-o um acontecimento incontornável no contexto das artes performativas em Portugal e um exemplo paradigmático da utilização de espaços espoletada pelo privilégio de programar num espaço físico com as características de Serralves. Mais destaques da programação do Serviço de Artes Performativas serão a já habitual apresentação de artistas integrados no Festival Dias da Dança (Inês Campos e Jefta van Dinther), um ciclo dedicado à coreógrafa e bailarina portuguesa Teresa Silva, a apresentação de uma criação musical fruto da colaboração entre o artista português Silvestre Pestana
e o coletivo artístico Supernova Ensemble, projetos dos artistas sonoros Nicholas Bussman e Terre Thaemlitz, assim como concertos dos japoneses Merzbau. Outro exemplo de trabalho conjunto com um objetivo comum é a ativação dos arquivos depositados na Biblioteca de Serralves. Eles são, é claro, restaurados, catalogados e disponibilizados ao público; mas, porventura mais importante, eles são tornados vivos através de ações de reflexão, estudo, ativação, atualização. Destaco entre os arquivos que Serralves tem o privilégio de deter, os do arquiteto Álvaro Siza e do coreógrafo e pensador português João Fiadeiro (Paris, 1965), que este ano verá uma série de obras suas serem apropriadas e reativadas por alunos do PACAP (programa de criação do Fórum Dança. Em 2024, os esforços conjugados da Biblioteca de Serralves, do Serviço de Artes Performativas e do Serviço Educativo permitirão continuar a explorar os seus legados e a forma como podem ajudar a moldar as práticas arquitetónica e artística contemporâneas. No caso do arquiteto, refira-se mais uma edição das Siza Talks, um fórum de produção e disseminação de conhecimento da sua obra que consolida a cada nova edição o papel de Serralves enquanto local incontornável para ver arquitetura e refletir sobre o passado, presente e futuro da disciplina. Ainda a propósito do trabalho de estudo e divulgação do arquiteto Álvaro Siza levado a cabo pela Fundação de Serralves, refira-se ainda que 2004 será o ano em que a extensão do Museu (Ala Álvaro Siza), inaugurada em 2023 e que durante alguns meses pôde ser visitada vazia (uma oportunidade única para perceber as riqueza e singularidade arquitetónicas do edifício), albergará uma exposição sobre o seu trabalho construída a partir do arquivo do arquiteto depositado em Serralves. Intitulada C.A.S.A. – Coleção Álvaro Siza Arquivo, a mostra apresenta alguns dos mais icónicos projetos de Álvaro Siza, concebidos para contextos e funções muito diversos, mas pensados aqui a partir de um conceito comum: a ideia de casa (enquanto mínimo denominador comum da ideia de construção). Isto é o mesmo que dizer que o Museu de Serralves é também, talvez acima de tudo, uma casa; uma casa de portas abertas, pensada para receber, para pensarmos juntos, hóspedes e anfitriões, como nos podemos ancorar no passado e no presente para perspetivar um futuro comum. Em 2024, uma visita a Serralves servirá para conhecer os futuros de alguns dos ontens que mais contribuíram para definir a nossa contemporaneidade. A liberdade estará no Museu! PANORAMA
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